Com registro de duas mortes de reclusos em três dias no Complexo Penitenciário de Ponte Nova/CPPN, autoridades vistoriaram o local em 12/9, encontrando-se com a sua Direção. Os termos da inspeção não foram divulgados.
O juiz da Vara de Execução Penal, Felipe Alexandre Rodrigues, esteve acompanhado de Maria Antonieta Rigueira Leal Gurgel, Raquel Fernanda Tenório Secco/ambas defensoras públicas e André Tanure Figueiredo/integrante do Ministério Público. [leia aqui sobre o caso dos três acusados de matarem rapaz em cela da Penitenciária na data de 6/9].
“Percorremos a Ala 6, dentre outras instalações. Conversamos com alguns reclusos e tratamos de demandas perante a Direção da Unidade Prisional. Quanto aos incidentes graves, sobre os quais me solidarizo com os familiares das vítimas, os fatos estão em apuração pela Polícia Civil e serão judicialmente avaliados”, assinalou o juiz Felipe.
Antonieta e Raquel divulgaram nota lamentando “as trágicas mortes” e citando o “longo trabalho” da Defensoria em prol dos direitos dos detentos, incluindo o atendimento a seus familiares. Elas mencionaram ainda idas regulares ao CPPN “para levar os pleitos da população carcerária até o Poder Judiciário”.
Morte de Marlon
Na manhã de 14/9 (quarta-feira), ainda se aguardava divulgação do relatório final sobre a morte de Marlon de Oliveira, 33 anos, ferido a golpes de chuço (objeto metálico pontiagudo) no pátio interno da Penitenciária, às 11h de 9/9. Houve socorro imediato, mas constatou-se o óbito no Hospital Arnaldo Gavazza.
Esta FOLHA teve acesso ao texto preliminar do boletim de ocorrência/BO relatando que Marlon é oriundo de Manhumirim e tinha em sua ficha criminal seis crimes de roubo, tráfico de drogas e furto. O BO tem mais estas informações:
1 – Houve desentendimento entre 50 reclusos que estavam no banho de sol, resultando em briga generalizada. No tumulto, Marlon ficou bastante ferido e morreu quando se providenciava o socorro.
2 – Militares ouviram alguns detentos, sendo que um admitiu ter agredido Marlon e dois negaram. Os citados no BO são Vanderson Vitoriano Machado, Wallecy Martins Gerônimo e Bruno Júnior dos Santos Silva. Não se informou quem admitiu o crime.
3 – “Em contato com o responsável pelo Serviço de Inteligência do CPPN, este informou que este fato não teria ligação com os anteriores ali ocorridos. Existem câmeras direcionadas para o pátio. Para acessá-las, porém, aguardamos autorização da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública/Sejusp”, conclui o BO.