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Ponte Nova no Censo/2022

 
Quem acompanha o OPN pela FOLHA ou pelas redes sociais já percebeu a importância que damos ao debate de assuntos pautados em dados e evidências. Sempre nos valemos de bases de dados para subsidiar nossas considerações, com o intuito de democratizar o conhecimento e ampliar as ações de controle social.
 
Que tal, então, conversarmos a respeito da base de dados mais completa e ampla produzida no país?
 
Se você pensou no Censo/2022, acertou! Já que vamos falar da maior política de estatística do Brasil, com o objetivo de refletir um pouco sobre o nosso papel na construção destes dados, bem como os benefícios que obteremos a partir deles ao longo da década. 
 
O IBGE irá até o seu domicílio
 
Desde o dia 1º/8, está em campo o Censo Demográfico/2022, uma pesquisa realizada de dez em dez anos pelo IBGE, com o desafio de promover a contagem da população e o levantamento de informações a respeito das características dos brasileiros e suas condições de vida.
 
Em Ponte Nova, uma equipe de cerca de 50 pessoas (dentre recenseadores, supervisores e outros agentes censitários) percorrerá todos os bairros do município realizando o cadastro dos moradores e aplicando questionários com algumas perguntas sobre características e temas essenciais como: idade, cor/raça da população, sua renda, trabalho, educação e fecundidade, entre outros. 
 
Um pouquinho de estatística
 
A importância do Censo se revela em seu próprio nome e em sua finalidade no campo da estatística. Toda a vez que você ouvir falar em censo, deve vir à sua mente a palavra população. Isso porque, diferentemente das pesquisas amostrais, que investigam amostras, o censo visa coletar dados de todas as pessoas. 
 
Na prática, é simples! Pense, por exemplo, naquele almoço de família do domingo em que um parente lança uma máxima: “Vocês sabiam que 85% dos jovens hoje não estão nem estudando nem trabalhando? É uma vergonha este país! Na minha época…” 
 
Bem, a primeira coisa que devemos fazer diante de um acontecimento como este – não tão incomum – é questionar: i) Será que este valor está certo?; ii) Como este levantamento foi feito? Com quantas pessoas?; iv) Em quais cidades?; e v) Como foi aplicado o questionário? Minutos depois, você descobre que o dado é de uma matéria que cita uma pesquisa realizada com 100 pessoas no interior de São Paulo, por uma faculdade que também atua como uma agência de empregos e vende soluções milagrosas, etc., etc. Isto é, trata-se de um dado com pouco valor científico.
 
Por meio desta reflexão, pode-se notar que a forma como um dado é construído é de extrema relevância para a confiabilidade da informação. E vamos pensar: ainda que existam pesquisas amostrais eficientes para gerar inferências sobre a característica do todo (o que não foi o caso do exemplo citado), imaginem como seria bom poder falar de um dado coletado de toda a população?
 
A importância do Censo nas políticas públicas
 
Os dados coletados no Censo Demográfico servem como parâmetro para a tomada de decisão das empresas e dos indivíduos e, especialmente, para as diversas áreas das políticas públicas.
 
O quantitativo da população, por exemplo, serve como base para o cálculo do valor repassado pelo Fundo de Participação dos Municípios (vide coluna Receitas Públicas – Parte 2). No mesmo sentido dos repasses, o parâmetro obtido permitirá nortear também a distribuição de doses de vacinas, a oferta de vagas em escolas, a demanda por serviços de saúde, de recursos de acessibilidade etc.
 
Avançando mais um pouco, ao conhecermos o total de pontenovenses, distribuído por sexo, idade e cor/raça, passaremos a ter fundamentos e critérios que permitam identificar as verdadeiras demandas e prioridades do município, pressionando a Prefeitura e os Vereadores a elaborarem propostas e projetos baseados em evidências e em dados que considerem toda a população.
 
Qual é o meu papel no Censo?
 
O que vale para nós enquanto sociedade é refletir sobre a importância do conhecimento para a geração de melhores resultados coletivos. Uma operação estatística como o Censo Demográfico atua diretamente neste processo e depende da colaboração de toda a população.
 
Além de a pesquisa ocorrer uma vez a cada dez anos, o questionário é rápido e objetivo. E conforme explicamos, para fazer jus ao nome censo, precisa ser respondido por toda a população. 
 
Assim, quando um recenseador passar em seu domicílio, colabore. Os dados fornecidos irão nortear diversas ações nos próximos anos, influenciando você, seu domicílio e toda a sociedade.
 
Lauro Marques Vicari – Economista (UFV) e mestre em Administração Pública (FJP)
Lucas Adriano Silva – Doutorando em Economia Aplicada pela UFV
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