Quase sete anos depois do rompimento da Barragem de Fundão/Mariana, representantes dos municípios de Barra Longa, Rio Doce e Mariana manifestaram-se na manhã desta quarta-feira (10/8) bloqueando a rodovia MG-129 em trecho marianense de acesso às sedes das mineradoras da Samarco.
Segundo nota do Movimento dos Atingidos por Barragens/MAB, muitas famílias aguardam por suas moradias nos reassentamentos (ainda em construção) e milhares de trabalhadores perderam fonte de renda, seja ligada ao rio, à terra ou ao comércio local.
"Os atingidos também aguardam por medidas de reparação em relação à saúde e ao acesso à água, além de outros problemas que surgiram depois da tragédia ambiental de 2015", relata nota do MAB para acrescentar:
"O grupo cobra principalmente por um sistema indenizatório que inclua todos os atingidos, com direito a indenização pelo dano às casas e por participação no debate sobre a repactuação da mitigação dos danos na Bacia do Rio Doce."
Acompanhados de perto pela Polícia Militar, os manifestantes gritaram palavras de ordem e portavam faixas, inclusive para chamar a atenção do Judiciário, em busca de decisões urgentes "para conter a violação de direitos". A pauta de reivindicações foi encaminhada ao Fórum de Mariana e ao Ministério Público local.
Encontro com juiz federal
Já o Centro de Formação Rosa Fortini – que assessora atingidos de Rio Doce, Santa Cruz do Escalvado e Ponte Nova – informa o seguinte: em 26 e 27/7, advogados e membros das Comissões de Atingidos reuniram-se na 12ª Vara Federal/BH com Michael Procópio, juiz que recentemente assumiu os processos judiciais relativos ao desastre de nov/2015.
O magistrado revelou que atualiza todos os pedidos das Comissões, com destaque para as indenizações, e revelou que convocará audiência de conciliação entre as partes, incluindo a Fundação Renova, visando à homologação de acordo sobre temas consensuais. Os atingidos cobraram do novo juiz maior agilidade e empenho na solução das pendências, entraves e violações de direitos por parte da Renova, em especial quanto ao pagamento dos atingidos via Sistema Indenizatório Simplificado/Novel.