
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde/OMS, o Brasil está na 2ª posição no ranking de novos casos da doença, atrás apenas da Índia. Ciente da necessidade de enfrentamento da hanseníase, o Núcleo de Vigilância Epidemiológica/Nuvepi da Superintendência Regional de Saúde/SRS convocou dirigentes dos 30 municípios, em data recente, para discussão sobre o tema.
Na área de abrangência da SRS, de 2015 a 2020, foram notificados 61 casos. Já a proporção de contatos examinados e novos casos de hanseníase na Regional está na casa dos 87%. Conforme explica a referência técnica do Nuvepi Karine Cardoso Miguel Barbosa, a descoberta precoce é o principal caminho para a cura, além de evitar a possibilidade de transmissão, complicações e incapacidades permanentes.
“Observamos, no entanto, muitos municípios silenciosos. Por isso, proponho uma reflexão: será que realmente não há nenhum caso ou existe falha no processo epidemiológico e assistencial?”, perguntou Karine alinhavando as providências:
– Busca ativa dos casos; avaliação clínica de casos suspeitos para confirmação diagnóstica; tratamento adequado dos casos confirmados, com consulta mensal para administrar dose supervisionada de medicação; acompanhamento de casos e contatos por cinco anos; e informe qualificado no Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Sinan.
Concheça a doença
A hanseníase é uma doença crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, cuja transmissão se dá por meio de gotículas de saliva ou secreção nasal, além de contato íntimo e prolongado com indivíduos doentes que ainda não iniciaram o tratamento e estão em fases adiantadas da doença.
Dentre seus principais sinais e sintomas, estão: dormência em alguma área do corpo; sensação de secura nos olhos e no nariz; parestesia na face; dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo de nervos dos braços, pernas e faces; diminuição da força muscular das mãos, face e pés; e manchas na pele claras ou vermelhas, com perda de sensibilidade.