As duas ocorrências de crimes contra a vida nesta semana (leia aqui e aqui) mobilizaram autoridades policiais de Ponte Nova por motivos óbvios. Já se contabilizam seis assassinatos neste ano.
O delegado de Homicídios, Gilzan Lessa, ratificou para esta FOLHA suas declarações perante a TV Educar: “Há um contexto, um pano de fundo envolvendo, nesses crimes, o tráfico de drogas e o enfrentamento de grupos rivais e ameaças. Houve um decréscimo dessas ocorrências em 2021 e os crimes voltaram a acontecer: um homicídio leva a outro em retaliação.”
Continua o delegado: “A Polícia Civil tem informações sobre autoria, dinâmica e motivação dos homicídios deste ano. As investigações estão bem encaminhadas. Grupos rivais agem com extrema violência e covardia. Não há troca de tiros. O indivíduo aproveita que o outro está distraído numa lanchonete por exemplo.”
No entender de Gilzan, “falta à comunidade tomar para si a responsabilidade de informar mais para a Polícia sobre suspeitos, sabendo que há total sigilo nos telefones 181 ou 190. Isso faz muita diferença no trabalho da Polícia”.
O capitão Thiago Guimarães, subcomandante da Polícia Militar, menciona as operações especiais. Segundo ele, o policiamento ostensivo no bairro Pacheco conseguiu conter o avanço da criminalidade ali.
Acrescenta o militar: “Mantemos trabalho conjunto com a Polícia Civil para troca de informações. E desenvolvemos outras ações preventivas junto à comunidade, em parceria com a Polícia Civil, o Ministério Público e o Poder Judiciário.”
Sobre as ocorrências do fim de semana, o capitão destaca as diligências de seus comandados, com a condução de dois suspeitos à Delegacia, que prossegue no caso com instauração de inquérito sobre o assassinato. Na ocorrência do adolescente baleado, imediatamente as equipes da PM localizaram e apreenderam o menor infrator, além de encontrar a arma usada no atentado.
Delegado fala
De sua parte, o delegado regional, Carlos Roberto Souza da Silva, reiterou para nossa Redação, nesta semana, o trabalho da Polícia Civil na resolução de casos recentes de feminicídio na região. “Tivemos três casos em 2021, um deles ainda em investigação em Ponte Nova. Num outro caso, o autor suicidou-se e no terceiro o atirador foi preso”, resumiu ele pela TV Educar.
Sobre a morte em Jequeri no mês passado, o autor já está preso depois de investigação pela delegada Fabrícia Noronha, titular daquela cidade, assinala o delegado, para revelar que sua equipe implanta novas tecnologias (incluindo canal de WhatsApp) no atendimento a mulheres e outras vítimas de violência doméstica.
Concluiu ele: “Vamos reestruturar e ampliar a Delegacia de Proteção à Mulher, para que ela se ajuste ao que exige a legislação, oferecendo tratamento adequado e humanizado. A intenção é evitar a revitimização da mulher com melhoria da tecnologia, mantendo ambiente familiar seguro para mulheres, idosos e crianças mediante oitiva especializada.”