Na noite de 17/3 (quinta-feira), na abertura do Parlamento Jovem/2022, a palestra "Saúde Mental do Jovem na Contemporaneidade" levou bom público até a Câmara/Ponte Nova. Falou Marco Aurélio Muniz Corrêa de Carvalho, professor de Psicologia na Faculdade Dinâmica.
"Precisamos estar atentos ao tema", disse Marco Aurélio, considerando que hoje muda radicalmente o comportamento da juventude, especialmente afetada pelo isolamento provocado pela pandemia da Covid-19.
Depois de discorrer sobre conceitos da saúde mental à luz de documentos da Organização Mundial da Saúde, o palestrante se deteve nas habilidades pessoais dos jovens diante do estresse da vida individual e na comunidade.
Daí, segundo ele, a necessidade de cuidados com os aspectos físicos e psicológicos. “Se adoeço o corpo, minha saúde mental pode piorar”, alertou o professor ao defender hábitos saudáveis – sociais ou emocionais:
– Adoção de padrões de sono saudáveis, exercícios regulares; desenvolvimento de enfrentamento, resolução de problemas e habilidades interpessoais; aprendizado na administração das emoções; e rotinas de lazer e esporte.
Marco Aurélio citou pesquisa da Unesco sobre os impactos da Covid-19 no Brasil: 22% dos adolescentes e jovens – entre 15 e 24 anos – se sentem deprimidos ou têm pouco interesse em fazer as coisas, na esteira da realidade familiar.
De fato, com escolas fechadas, renda familiar prejudicada, desenvolvimento socioemocional restrito, excessos diante das redes sociais, falta de rede de apoio estruturada e sintomas desconhecidos da pandemia, os jovens conviveram com a frustração, assinalou o palestrante.
Salientando a importância de controle do tempo diante da mídia social como forma de combater a ansiedade, a depressão, o professor citou os dez sintomas da pessoa deprimida:
– Irritabilidade, mudança de comportamento, insônia, retração diante de algumas pessoas, tremor nas mãos, estresse, cansaço e vontade de não fazer nada. "Ficar triste ou ansioso por muito tempo não é normal", salientou ele.
"Quem aceita ajuda e se cuida deixa de sofrer", destacou ele, passando a responder aos vereadores. Diante de Emerson Carvalho/PTB, disse que, no transtorno de ansiedade, há sintomas de timidez no relacionamento, mas, "se você tem a sensação de que vai morrer, começa a passar mal, a pressão cai, começa a tremer, aí temos um problema".
Divagando sobre o transtorno depressivo, a ser tratado com diagnóstico de profissional capacitado e habilitado, o palestrante ouviu Wellerson Mayrink/PSB (médico) referir-se ao aumento das doenças psicopatológicas, psicossomáticas, negativismo e bipolaridade dos jovens, havendo na pandemia até casos de hipertensão arterial.
Suellenn Fisioterapeuta/PV deteve-se na questão do suicídio – ressaltada também por Aninha de Fizica/PSB -, o qual já é a 5ª maior causa de mortalidade juvenil. A pedido de Sérgio Ferrugem/Republicanos, Marco Aurélio informou que o uso das tecnologias de forma abusiva e errônea provoca danos físicos e psicológicos.
Guto Malta/PT falou do desafio em converter as informações do palestrante em itens de políticas públicas e defendeu mais atuação de psicólogos e assistentes sociais na rede da educação.
Depois dos elogios de Wagner Gomides/PV – dirigente da Escola do Legislativo – e do presidente Antônio Pracatá/MDB, Marco Aurélio encerrou a palestra com estes conselhos aos jovens:
"Tenham perseverança. Façam planos reais objetivos. Procurem pessoas que ajudem vocês: sempre vai ter alguém ou um grupo. Corram atrás dos objetivos e cultivem criar uma cultura de apoio. A sociedade precisa de vocês."
Acompanharam a palestra, além de integrantes do Parlamento Jovem, representantes das EEs Caetano Marinho, Professor Raymundo Martiniano Ferreira/Polivalente, Senador Antônio Martins e Antônio Gonçalves Lanna, do Instituto Montessori, da Escola Nossa Senhora Auxiliadora e do IFMG/Campus Ponte Nova.