O Procon de Ponte Nova e a Defensoria Pública encaminharam à Polícia Civil, nesta sexta-feira (21/1), ofício requerendo "providências cabíveis" contra quem editou em 19/1, pelas redes sociais, perfil falso dos Supermercados BH. Na publicação, a rede de supermercado e atacado oferecia R$ 500,00 em compras para as primeiras 15 mil pessoas que seguissem o perfil.
Na forma de fake news, a fraude teve confirmação pela empresa via advogada Suzana Laender, frisando que o conteúdo é falso, sendo usada conta do Instagram que não pertence aos Supermercados BH. A assessora jurídica da empresa anunciou providências, já que a imagem da rede foi usada de maneira indevida e não autorizada.
Ainda em 20/1, A Defensoria Pública e o Procon de Ponte Nova publicaram documento relatando o caso e passando dicas, entre outras orientações, para que os consumidores identifiquem golpes virtuais, tais como: sempre conferir os sites oficiais; baixar aplicativos apenas das lojas oficiais; e desconfiar de preços muito abaixo da média do mercado, ofertas espetaculares e promoções imperdíveis.
Nota conjunta
Fernanda de Sousa Saraiva/Defensoria Pública e Cristiane Dias Pinto de Oliveira/Procon divulgaram extensa nota com diversas orientações em relação a esta e outras fake news, bem como a golpes de estelionato efetivados pela via digital: "Informamos que os consumidores devem ficar atentos, pois redes sociais, aplicativo WhatsApp e afins estão cada dia mais acessíveis, e com a facilidade alguns cuidados ficaram esquecidos."
A seguir, dicas das duas para ajudar a identificar fraudes:
– Sempre prefira os sites oficiais. Baixe os aplicativos apenas das lojas oficiais.
– Desconfie de preços muito abaixo da média do mercado, ofertas espetaculares e promoções imperdíveis.
– Mantenha seu computador, smartphone ou outro dispositivo de acesso à internet com sistema de antivírus atualizado.
– Evite a utilização de computadores, smartphones ou outro dispositivo de acesso à internet de outras pessoas.
– Para verificar se uma loja virtual é segura, procure pelo ícone de cadeado, acompanhado da sigla “HTTPS” na barra de endereços. Isso indica que as comunicações entre o site e seu computador ou celular são criptografadas, o que aumenta a segurança dos dados. Fique atento se o “HTTPS” estará presente também na página final da compra. Caso contrário, não insira suas informações pessoais e financeiras.
– Evite a utilização de redes de conexão wi-fi públicas ou de estabelecimentos comerciais para acessar a internet pelo seu dispositivo. Se necessária a utilização dessas redes, jamais faça compras ou acesse serviços bancários por meio delas.
Bancos e lojas
A nota detém-se noutras circunstâncias afins:
– Tenha extremo cuidado ao receber e-mail de banco, pois em geral são iscas para golpes. Jamais responda a tais mensagens! Se ficou na dúvida sobre a veracidade da mensagem, faça contato com seu banco. E, se for fazer contato telefônico, certifique-se de que o número de telefone para o qual ligará realmente é o da instituição financeira.
– Pesquise experiências que outros consumidores tiveram com a loja virtual e verifique a reputação do estabelecimento. Veja se o fornecedor apresenta no site o CNPJ, endereço, telefone fixo e e-mail. Quanto mais formas de fazer contato, mais facilidade você terá em caso de problemas. Nunca compre em site que divulga somente um telefone celular como contato. O fornecedor deve ter CNPJ e é possível verificá-lo no site da Receita Federal.
– Não compre por impulso, pois muitas vezes uma análise atenta da oferta enganosa ou do site clonado permitirá ao consumidor identificar o golpe.
– Não use número de seguidores como indicador de confiabilidade. Confira a política de privacidade do site, bem como a de troca e devoluções.
Questões de pagamento
Fernanda e Cristiane detalham também aspectos relativos a pagamentos pela via on-line:
– Duvide, se a única forma de pagamento possível for depósito em conta corrente ou poupança de pessoa física.
– Sendo possível, opte por formas seguras de pagamento, como cartão de crédito, por ser a maneira mais segura para eventual solicitação de cancelamento da compra, no caso de não recebimento do produto ou suspeita de fraude. Importante ressaltar que grande parte das fraudes ocorre através de estabelecimentos virtuais, cuja forma exclusiva de pagamento se dá mediante boleto bancário ou depósito em conta (principalmente de pessoas físicas).
– Se o pagamento escolhido for boleto bancário, verifique se o nome do beneficiário do boleto e demais dados encontram-se corretos.
– Entre no site oficial da loja e confirme o valor anunciado. Ao se valerem de links recebidos, os consumidores correm o risco de direcionamento para sites clonados (páginas falsas) ou programas eletrônicos maliciosos contendo vírus, spyware etc., sendo possível, assim, a captura de dados do dispositivo eletrônico e o cometimento de fraudes ou golpes.
– Acompanhe com frequência os movimentos do seu cartão de crédito.
– Atenção para a diferença de preço ao finalizar a compra. Há registros de alteração do preço após a seleção do produto e principalmente quando iniciado o processo de finalização de compra e pagamento.
– Verifique o prazo de entrega e desconfie de prazos muito longos, pois muitas das vezes esse expediente é utilizado por golpistas. Quando o consumidor percebe que há algo errado, já se passou muito tempo, reduzindo as chances de resolução.
Casos de empréstimos
A nota da Defensoria e do Procon detém-se também nos golpes relativos a empréstimos, pois "frequentemente consumidores são atraídos, via e-mail, redes sociais ou aplicativos de mensagens, com oferta de crédito em conta com valores e juros atrativos. Estas são as orientações:
– Após fazer contato com o suposto "agente", informa-se que deve ser paga certa quantia a título de seguro ou para aprovação de crédito. Além disso, informa-se ao consumidor que o valor deve ser depositado, em grande parte das vezes, em conta bancária de titularidade de pessoa física, o que reforça que o uso de contas pessoais nesse caso é forte indício de golpe.
– Empresas corretas – com atuação no mercado há mais tempo – possuem CNPJ e formas menos amadoras de relacionamento com o cliente. Por isso, a checagem é muito importante antes de realizar qualquer pagamento. As pessoas que já foram vítimas desse golpe devem registrar boletim de ocorrência.