O Tribunal do Júri da 2ª Vara Criminal/Ponte Nova julgou em 10/9 José Arlindo da Silva, preso e processado por matar, a golpes de faca, sua ex-companheira, Aline Albergaria Dornelas, num caso que chocou o bairro Nova União, em Acaiaca, ainda em 25/5/2023 (leia aqui e aqui). Na foto, José Arlindo diante do Júri.
Atendendo deliberação do Conselho de Sentença, a juíza Dayse Mara Baltazar condenou José Arlindo a 16 anos, 1 mês e 15 dias de reclusão, em regime fechado. Ele já está recluso desde 1º/6/2023, quando foi localizado e preso, por força de mandado judicial, em endereço do bairro Colina, em Mariana.
Também foi transformado em homicídio o que antes era tratado como caso de feminicídio, conforme decisão do Conselho de Sentença. Como se sabe, homicídio é o ato de matar uma pessoa, independentemente de seu gênero. Já o feminicídio é cometido exclusivamente pelo fato de a vítima ser mulher.
Familiares e amigos do réu ocuparam o Salão do Júri vestindo camisas brancas com a foto dele e a frase “Todos por José Arlindo”. Em contrapartida, eram apenas três os familiares de Aline. Atuaram ainda o promotor André Figueiredo e os advogados de defesa Bruno Menezes e Jamércio Penna Rigueira Júnior. Na foto, público lotou o Fórum no Centro Histórico de Ponte Nova.
José Arlindo alegou que foi atacado por Aline (estava armada de faca) e na luta corporal tomou-lhe a faca e acertou golpes no pescoço, peito e abdômen dela. Para a acusação, o crime, com emprego de meio cruel, dificultou a defesa pela vítima”.
Entenda os fatos
Como esta FOLHA divulgou na semana do crime, a apuração começou quando, ao retornar do almoço, um funcionário do açougue de Arlindo notou sua ausência e, deslocando-se para a comunidade de Felipe dos Santos/Barra Longa, onde mora a família do açougueiro, deparou com a moto dele ao lado de porteira de estrada rural.
Mais tarde, ao resgatar a moto, a PM encontrou no chão extrato bancário em nome de Arlindo e, já na casa deste, o funcionário viu, pela vidraça da janela do local de desossa de suínos, o corpo de Aline. Acionada, a PM chamou a Perícia da Polícia Civil.
Verificou-se, assim, que Aline tinha lesões profundas no pescoço, seios e abdômen. Uma vizinha ouviu gritos com pedidos de socorro, mas, segundo notícia da época, imaginou que seriam de mulher atacada por cachorros na rua.
Sabe-se que a vítima e o suspeito estavam em processo judicial de separação após seis anos de casamento. Câmeras de segurança do açougue (que fica no Centro da cidade) mostram que, ao sair para o almoço, Arlindo portava algo (com cabo semelhante ao de uma faca) envolto numa sacola plástica. Ele só foi preso uma semana depois, em Mariana.