
A morte de João Dias do Nascimento (João 18/foto), em 17/6, mereceu mensagens de pesar de clubes e desportistas de Ponte Nova.
Nos anos 1960, ele jogou como goleiro, principalmente no Municipal AC, e como técnico comandou o EC Ana Florência na conquista do tricampeonato do Leste de Minas (1975/1976/1977).
João ganhou o apelido por ter sofrido 18 gols num jogo contra o Palmeirense. Ele atuou na Liga Municipal de Desportos/LMD, trabalhou por muitos anos como serralheiro e há 22 anos, acometido pela diabetes, perdeu a visão. Isso não o impediu de seguir trabalhando, mas como vendedor de queijos pelas ruas de Ponte Nova.
A seguir, alguns depoimentos:
– Informe do Secretário de Esportes/PN, Marcos Dias: “Ele participou ativamente da Liga de Desportos. Jogou no Municipal AC. Foi treinador do EC Ana Florência no tricampeonato do Leste de Minas (1975/1977). Fez uma grande história na cidade. Figura simpática, generosa, trabalhadora e de profunda participação nos esportes.”
– Emerson Matias reviveu na rede social facebook sua entrevista feita com João 18 em 31/8/2019, quando este falou de futebol, seu apelido e sua deficiência visual.
– O Esporte Clube Palmeirense, responsável pelo apelido do desportista. emitiu nota de pesar: “O Esporte Clube Palmeirense, com profundo pesar, lamenta o falecimento neste 17/6/2021 de João Dias do Nascimento (João 18). Diante desta grande perda, o Clube eleva a Deus um louvor por sua vida e pede que o acolha em seu Reino, concedendo a todos os seus familiares e amigos consolo e paz neste momento de dor. Nossos sentimentos.”
– Thaffarel Jorge, de Ana Florência, sempre ligado ao esporte local, manifestou-se: “Vai em paz, João 18. Meu avô Wendel, Dudu Pereira e João juntos ganharam 3 vezes seguidas o Regional Leste de Minas pelo ECAF (1975, 1976 e 1977). Em 1975, eliminou o Baeta e o Índio e foi campeão em cima do Macuco. Em 1976, eliminou na semifinal o Operário, de Raul Soares, e foi campeão em cima do Macuco. Em 1977, eliminou o Atlético de Viçosa e foi campeão em cima do Macuco. Estão na foto da entrega de faixas (1976) do bicampeonato: ele com Inês, meu avô e este do lado deles à direita.”
– Kaenna Pereira, também de Ana Florência, deixou seu recado: “Vocês já imaginaram que festa está hoje lá em cima no céu? Olha bem essa foto do tricampeão. O céu está azul: Zé Miguel, Dudu, meu pai, Rubens, Silvinho, Berardo, Dona Margarida, Zizi, Dona Maria, Zé Alberto, Serginho… O Hino do ECAF deve estar rolando solto lá no céu.”
– Antônio Machado explicou sobre a origem do apelido de João: "No final da década de 1960, nós, do Municipal, eliminamos o ECP num campeonato. Aí eles ficaram por conta de se preparar para dar o troco e eles começaram também a se reforçar e treinar para a disputa do Campeonato Mineiro Profissional. Aí, enfrentamos o Palmeirense e sofremos 18 gols a 2. Nosso time era só da meninada nova. Não aguentamos, mas foi até uma oportunidade para a gente."
– Para Miguel Antônio Pacheco, “João 18 foi uma figura doce e simpática.”
– Ernani Grijó de Souza comentou: “João foi o nosso treinador na Usina Ana Florência nos anos de 1975/1976/1977, quando nos sagramos tricampeões. Tivemos um convívio muito próximo naquela época, pois ele frequentava a casa de papai e viajamos juntos em seu carro, um Fusca na época, e fomos ao casamento de Álvaro, meu irmão. Meu irmão Alvaro morava em uma cidade do Sul de Minas chamada Campo do Meio, perto de Varginha e Pouso Alegre, banhada pela represa de Furnas. João é uma pessoa que merece nosso respeito e admiração pela sua constante alegria. A gente notava a amizade dele com todos e o carinho que ele tinha com as pessoas, quando elas passavam por ele e o cumprimentavam nas ruas. Ele conhecia todo mundo pela voz. Quando passava por ele e o cumprimentava, ele dizia: 'Olá, Nico, meu ponta esquerda!' Foi uma figura admirável.”