Ao final da reunião da tarde desta quinta-feira (8/4) com o prefeito Wagner Mol/PSB, comerciantes se reuniram na praça Getúlio Vargas/Centro para a primeira avaliação da recente campanha, marcada por duas manifestações públicas (3 e 7/4) e gestões da Direção do Sistema Acip/CDL.
Ao lado de alguns assessores diretos – entre eles a secretária de Saúde, Ariadne Salomão -, Wagner decidiu flexibilizar o decreto anticovid e permitir a partir de segunda-feira 12/4, o funcionamento de todas as lojas – à exceção de salões de beleza e academias – em sistema de vendas “porta a fora”.
No fechamento desta notícia, esperava-se novo decreto do prefeito, que – no fim da tarde desta quinta – seguia em reunião com o Comitê Anticovid e alguns vereadores. Algumas referências estão nestas flexibilizações da Onda Roxa do Programa Minas Consciente, anunciada sem 7/4 pelo Governo/MG:
– Fim do toque de recolher diário, de 20h às 5h; permissão de reuniões familiares; proibição de venda “porta a fora” após as 20h (bares, restaurantes e lanchonetes só poderão funcionar em formato de delivery após este horário); e supermercados e padarias podem atender até as 22h, de forma a reduzir a circulação de pessoas nos horários de pico.
Ao lado de vereadores, os comerciantes apelaram para atuação amistosa dos fiscais e permanência deles nos chamados comércios essenciais onde, via de regra, há formação de filas e aglomerações, como assinalaram os representantes dos lojistas.
“O prefeito e seus assessores entenderam a necessidade e desespero dos comerciantes e o grau de seriedade de nossas propostas de protocolo sanitário”, declarou Cochise a esta FOLHA, exortando os empresários a agirem com responsabilidade (veja o vídeo).
Para deliberar em parte sobre as reivindicações, o chefe do Executivo teve como referência, entre outros documentos, oficio de 7/4 do presidente da Acip/CDL com estes pedidos:
– Adequação das restrições do município às da Onda Roxa, pois o decreto local é mais rigoroso que o ato do Governo/MG.
– Fim da Onda Roxa no município a partir desta segunda-feira (12/4). O governador Romeu Zema/Novo, todavia, já estendeu tal onda por mais uma semana (a contar de 7/4).
– Fiscalização efetiva nos pontos de aglomeração que têm sido amplamente divulgados nas redes sociais e que são de ciência de todos (bancos, lotéricas, supermercados e outros).
– Isenção do IPTU e do ISS das empresas· afetadas pelas restrições (Wagner decidiu pelo adiamento do prazo de vencimento de tais tributos).
Em sua carta ao prefeito Wagner, Cochise e empresários subscritantes salientam que o comércio não essencial “não é culpado pelo avanço da Covid” e, estando fechado, provoca desemprego, afeta a economia e convive com risco crescente de falência.
Continua o texto: “A insustentável situação financeira de grande parte do comércio de Ponte Nova, principalmente para as empresas de menor porte, já acarretou a perda de centenas de empregos e a prorrogação das restrições ocasionará a demissão em massa de muitos outros funcionários e a perda do sustento de milhares de pessoas.”
O documento contém este desabafo: “Os comerciantes e seus funcionários não podem pagar esta conta imposta pelo Estado. Há aumento da violência doméstica e nas ruas, inclusive na forma de furtos em lojas.” O ofício igualmente contém este alerta:
“O desespero do comerciante por falta de condição vai além da necessidade de honrar seus compromissos e – assim como seus empregados – levar o seu sustento para dentro de casa, o que brevemente se manifestará em violência. Prevemos fome, depressão, crimes e mortes, inclusive por suicídio.”
Protesta-se ainda pelo fato de que, tendo exclusividade nas vendas, os grandes empresários ganham em faturamento, enquanto os pequenos lojistas amargam crescente crise.
O texto da Acip/CDL acena finalmente com “a queda recente do número de contaminados em nossa macrorregião, enquanto avança a vacinação contra o coronavírus”.