Carlos Alberto Rocha Magalhães – Médico-ginecologista, obstetra e ultrassonografista – CRMMG 31.667
– Atende no Hospital de Nossa Senhora das Dores e em seu consultório:
av. Dr. Otávio Soares, 108/Sala 509 – Palmeiras/Ponte Nova (31) 3817-1037

Os distúrbios menstruais representam grupo de situações clínicas bastante prevalentes no dia a dia do ginecologista. Estima-se que nos Estados Unidos sejam realizadas anualmente 2,9 milhões de consultas decorrentes dos distúrbios menstruais, em mulheres de 25 a 54 anos.
Na faixa etária dos 35 aos 44 anos, o porcentual de consultas relacionadas ao sangramento anormal é de 7,2%.
O conhecimento dos mecanismos pelos quais algumas situações clínicas podem interferir na função menstrual é de fundamental importância, facilitando o diagnóstico e possibilitando tratamento adequado.
A menstruação corresponde à perda sanguínea cíclica e periódica durante a menacme. Para a interpretação do que é um ciclo menstrual normal, parâmetros clínicos relacionados a intervalo, duração e quantidade são comumente utilizados.
Embora existam pequenas variações individuais, consideram-se como ciclos eumenorreicos aqueles com intervalos entre 28 e 30 dias, com duração entre 3 e 5 dias e com fluxo sanguíneo de até 80ml.
Classicamente são considerados desvios menstruais os intervalos menores que 21 ou maiores que 35 dias, duração menor que dois ou maior que 8 dias, com fluxo maior que 80ml.
Assim, como frequentemente se observa na prática, os distúrbios relacionados ao ciclo menstrual podem manifestar-se com irregularidades para mais ou para menos.
A maior parte dos estudos procura analisar eventos estressores comuns – novo emprego, dificuldades financeiras, discussões diárias – e sua relação com características menstruais, como o intervalo e a quantidade do fluxo, bem como com quadros de amenorreia. Os resultados desses estudos nem sempre são conclusivos.
Altos níveis de estresse têm sido associados com intervalos menstruais prolongados ou curtos, demonstrando a alta incidência de ciclos anovulatórios. Por outro lado, níveis de estresse mais baixos foram associados mais frequentemente à regularidade do ciclo menstrual.
Outros autores, no entanto, não demonstraram associação significativa entre eventos estressantes perceptíveis no ambiente de trabalho e sintomas de disfunção menstrual, embora houvesse correlação com outros sintomas somáticos.
A maior parte dos estudos em que se demonstram prejuízos na função menstrual aborda preferencialmente mulheres entre 18 e 40 anos.