O Exame Nacional do Ensino Médio/Enem teve seu 1º dia de provas nesse domingo (17/7), prevendo-se a etapa seguinte no próximo domingo (24/1). Nossa Reportagem esteve na Faculdade Dinâmica, onde 700 alunos eram esperados, mas, conforme dados oficiosos, só a metade compareceu.
Oriundos de 29 cidades, os estudantes inscritos em Ponte Nova eram 3.920, mas cerca de 50% (mantendo-se a média nacional) faltaram, conforme estimou Silma Nasser de Freitas, coordenadora do Enem em Ponte Nova.
Por orientação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/Inep, os portões foram abertos às 11h30, 30 minutos mais cedo do que nas edições passadas. A medida visou diminuir a aglomeração de estudantes na entrada de todas unidades [em Ponte Nova, mais 13 escolas].
Segundo Silma, a concentração de boa parte dos inscritos nas salas da Faculdade Dinâmica reduziu a necessidade de uso de diversas escolas para as provas, tendo chegado a 26 delas em anos recentes.
De acordo com a coordenadora, não houve atrasos ou ocorrências extras, a não ser o caso de uma estudante impedida de fazer a prova por não levar documento com foto. Outro fato: com pedido prévio de alguns inscritos, reservaram-se salas especiais para a prova, mas os solicitantes não compareceram.
Na véspera, esta FOLHA recebeu informe de pais temerosos com as provas em plena pandemia, ainda mais com a chegada, no domingo, de estudantes e seus acompanhantes e/ou pais. Além do mais, havia notícia de cerca de 25 alunos por sala, quando a orientação do Estado, para o retorno das aulas presenciais em 2021, é de 18 alunos/sala.
Nossa Reportagem notou, na Dinâmica, que no saguão havia álcool em gel para higiene das mãos e fiscais orientavam todos para irem diretamente para suas salas reservadas para as provas.
No acesso às salas, havia filas pequenas, com cerca de quatro a cinco pessoas, obedecendo-se a distanciamento de 1,5m e acompanhadas por fiscais, como informou um estudante. Na identificação, os aplicadores do exame higienizavam as mãos com álcool em gel a cada atendimento.
“O porta-objetos, utilizado para guardar celulares e outros dispositivos proibidos, era fechado pelo próprio estudante, com fiscalização visual dos aplicadores. Nas mesas, distanciamento e orientação do chefe-de-sala para que os participantes se afastassem o máximo possível”, informou o estudante.
Na Dinâmica e nas demais escolas, boa parte dos inscritos carregava seu próprio álcool em gel e levava máscaras de reserva (os órgãos de saúde orientam para troca a cada 3 horas). Para ir aos banheiros, a regra era esta: um por vez, com higienização das mãos antes de retornar à sala de aula.
Nas proximidades das escolas, poucas pessoas esperaram o fim das provas. Já no entorno da praça de Palmeiras (fechada para o público há semanas), havia fluxo bem menor de pessoas, notando-se a presença de fiscais do Município.
As provas
A prova de Redação abordou um tema esperado há algumas edições: 'O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”.
Na prova que teve Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias e Ciências Humanas, “textos longos e cansativos na maior parte, algumas exceções para as questões de Linguagem, mais objetivas”, como informou um estudante.
Chamou atenção dele a ausência de questões ligadas à Ditadura Militar e História do Brasil em geral. De positivo, questões sobre a valorização da luta da mulher pela igualdade, mas faltou referência ampla ao debate racial, com apenas uma questão sobre o cabelo afro na prova de Inglês.