Juliana Teixeira Cordeiro, 43 anos, morreu na madrugada desse domingo (13/12), quando era levada de ambulância, em estado grave, para o Hospital Arnaldo Gavazza, em Ponte Nova. De acordo com informações policiais, ela estava numa confraternização em casa de amigos, em Dom Silvério, e durante discussão à 0h40 com o namorado, Higor Luiz Barcellos, 21, este sacou um revólver e lhe deu um tiro na cabeça.
O suposto atirador está sendo procurado, ainda nesta manhã de segunda-feira (14/12), pela Polícia daquela cidade, com alerta para cidades do entorno. A PM apurou que o rapaz chegou correndo ao quintal da casa de um motorista de aplicativo e, solicitando-lhe corrida para João Monlevade, saiu dali correndo diante da informação de que o veículo/táxi estava sem combustível.
O motorista disse aos militares que acionou por telefone o pai de Higor, o qual tentou sem sucesso localizar o rapaz, iniciando-se logo em seguida as diligências policiais, que duraram todo o dia de domingo.
Amigos da vítima divulgaram foto de Higor para ajudar nas buscas. Quem tiver notícia dele pode ligar para os fones 181 ou 190.
O feminicídio repercutiu na Imprensa regional. Sabe-se que transcorria um encontro entre amigos e o casal estava na área externa da moradia, na rua Frei Mateus Rocha, no Centro de Dom Silvério, quando se ouviram disparos de arma de fogo. O rapaz foi avistado enquanto corria portando a arma para uma área de vegetação.
Amigos levaram Juliana para o Hospital Nossa Senhora da Saúde, naquela cidade, e logo houve a sua transferência para Ponte Nova, com o óbito, porém, sendo constatado já na chegada ao Pronto-Socorro do HAG. O sepultamento dela ocorreu no fim da tarde desse domingo, no cemitério silverense.
Acionada, a Perícia Técnica da Polícia Civil não pôde trabalhar porque na cena do crime já havia ocorrido a limpeza do local. Ainda assim, houve registro de garrafas de cerveja quebradas e manchas de sangue no chão, recolhendo-se cápsula de calibre 32.
A versão da discussão do casal tem relato de que Higor efetuou dois disparos e um deles atingiu a cabeça de Juliana. Na Imprensa regional e nas redes sociais, surgiu informe – repudiado pela família da vítima – de que o casal estaria praticando "roleta russa": o tambor da arma é carregado com um projétil e é girado, havendo o “jogo” de acionar o gatilho sem saber se haverá o disparo.
Consternação
A morte de Juliana repercutiu especialmente porque ela mantinha nas redes sociais o Movimento "Mulheres que correm com os lobos". Diz o texto oficial: "Livremente inspirada no livro que lhe empresta o nome, esta página traz argumentos para o despertar do ‘feminino selvagem’ que existe em todas nós."
A pontenovense Lara Repolês, integrante desse Movimento, postou esta nota: “Juliana Cordeiro inspirava mulheres com sua luz. Anárquica desde que chegou ao mundo, foi arrancada de nós covardemente pelas mãos de um assassino que se dizia ser seu companheiro.”