Nesta sexta-feira (25/9), a Direção do Complexo Penitenciário de Ponte Nova concluía procedimentos sobre “atos de subversão” na véspera envolvendo 55 reclusos de Celas da Ala 6. Durante o motim, houve depredação de paredes e confronto com guardas prisionais quando se concluiu a remoção do grupo para Celas da Ala 1.
Conforme o diretor administrativo Rodrigo Miranda Martins, a mudança ocorreu como parte de medidas preventivas contra a recarga de baterias de celulares rotineiramente levados para a carceragem, em que pesem os diversos flagrantes de tentativa de entrada com tais aparelhos.
Neste contexto, a Ala 1 passou por reforma de cada cela, com vedação das “ventanas” (espaço de circulação de ar) e retirada da rede de energia elétrica, havendo reforço na iluminação dos corredores.
Ocorre que, já na evacuação da Ala 6, os agentes prisionais encontraram na Cela 70 telefone celular Samsung Galaxy sem chip, como constou de boletim de ocorrência. Na sequência, ao depararem com o ambiente da Ala 1, grupo de reclusos iniciou protesto na forma de “movimento de subversão da ordem, com gritaria e sacudidas de grades”.
Conforme esta FOLHA apurou, os presos das Celas 43, 44 e 46 começaram a danificar o espaço interno, quebrando as paredes divisórias dos banheiros. Eles ainda tentaram quebrar as paredes laterais para ligar uma cela a outra, “instigando os presos das demais celas a fazer o mesmo e conclamando a adesão dos reclusos da Ala 2.
O diretor Rodrigo informou à nossa Reportagem que, diante do insucesso na negociação de representantes da Coordenação de Segurança e de policiais penais de serviço, acionou-se o Grupo de Intervenção Rápida/GIR.
Ocorre que, como registrou o boletim de ocorrência, os detentos das Celas 43, 44 e 46 passaram a atirar pedaços de concreto nos integrantes do GIR. Houve então necessidade de uso de “instrumentos de menor potencial ofensivo” (incluindo spray de pimenta e gás lacrimogêneo) para conter os amotinados.
Ninguém foi ferido em ambas as partes do confronto, e ao final acionou-se a Perícia da Polícia Civil para dimensionar os estragos nas celas. Constaram do boletim os nomes dos 13 supostos líderes da revolta:
– Cassiano Benício Maia, Clinton da Silva Hudson, Flávio Henrique Andrade Santos, Gilcimar Pereira Delfino, Janeson Alexandre de Souza, Leonardo Augusto Oliveira Silva, Luann Dênis de Oliveira, Lucas Daniel de Lima, Luís Carlos Pereira, Marcelo de Freitas Gomes, Renan Damásio Pereira, Rodrigo dos Reis e Romário Martins Rodrigues.
Conforme o diretor Rodrigo, os 55 amotinados permanecem “de castigo”, de modo que terão seus nomes excluídos da primeira lista dos que serão beneficiados, neste fim de semana, com o retorno das visitas presenciais liberadas pelas autoridades de Segurança Penal do Estado.