A Polícia Militar deteve, às 8h de 20/7, em endereço urbano de Santo Antônio do Grama, homem de 75 anos acusado de desferir soco no rosto de sua mulher, 64.
Os PMs chegaram ao local após denúncia de violência doméstica relatada pelo pessoal da Secretaria Municipal de Assistência Social. A vítima tinha inchaço na altura do olho direito, reclamava de dores e disse que recebeu o soco do marido ao pedir dinheiro para comprar pão.
O suposto agressor recebeu voz de prisão por lesão corporal, sendo encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Rio Casca, onde ocorreu sua atuação em flagrante. Teria havido a transferência dele para a Penitenciária de Ponte Nova, mas em 23/7 esta FOLHA não obteve a confirmação de tal informe.
Depondo perante os policiais, o homem negou o soco, dizendo que sugeriu a solicitação do pão por telefone e evitasse sair de casa, “mas ela saiu aos berros, gritando com ele que precisava alimentar-se”, como registrou o boletim de ocorrência.
Testemunhas contaram aos militares que a vítima permaneceu na casa de uma amiga e não retornou para casa por orientação do pessoal da Assistência Social. A PM ainda recebeu informe sobre “agressões recorrentes, num cenário em que a mulher negava os fatos por temer represálias”.
Os PMs ouviram outros detalhes citados por testemunhas: “Sob o pretexto de zelar pela segurança da esposa, que é analfabeta e tem problemas neurológicos, o homem reteria documentos e a pensão dela (na condição de viúva), mantendo acesso restrito a alimentos e impedindo-a de sair de casa”.
Aos militares, a mulher confirmou a versão das testemunhas e contou que usa medicamentos controlados e “há tempos só tomo café puro e tenho uma única refeição por dia”.
Os policiais ouviram uma filha da vítima, que mora no segundo pavimento da moradia. Ela informou que são frequentes as discussões do casal, mas “nunca presenciei qualquer tipo de agressão física”.
No Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Rio Casca, a médica Tábata Raminho atendeu a mulher, que tinha “hematoma no rosto e edema no olho direito”, como relatou a PM.
Por telefone, a secretária gramense de Assistência Social, Leila Rocha, não quis em 23/7 dar declarações a esta FOLHA sobre os desdobramentos do caso.