Izabela Bartholomeu Noguères Terra – Ginecologia/Obstetrícia – CRM MG 53124
Especialista em Reprodução Humana, preceptora de Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, médica do Hospital de Nossa Senhora das Dores e professora de Medicina na Faculdade Dinâmica.
– Consultório – Av. Dr. Otávio Soares, 108/Salas 801 e 802 – Mila Center – Palmeiras/Ponte Nova (31) 3817-2750

Muitas mulheres, durante o planejamento do parto humanizado, perguntam sobre a analgesia e seus efeitos para a mãe e para o bebê. Vou explicar um pouco sobre esta opção de alívio da dor durante o processo da chegada do seu bebê.
A analgesia é aplicada nas costas, próximo da região lombar. Minutos antes de receber a analgesia, a maioria das mulheres relata medo da agulha. Isso porque antigamente a agulha era mais grossa e aplicada sem anestésico local, e, portanto, criou-se a regra de que a anestesia peridural é dolorosa. Hoje em dia, as agulhas são mais finas e é possível nem sentir a aplicação, apenas um leve desconforto.
O medicamento injetado bloqueia as vias da dor, ou seja, as fibras nervosas que “captam” a dor na pele, nos tecidos e nos músculos. E, apesar das vias da dor estarem bloqueadas, esta modalidade de analgesia ainda permite que a mãe continue se movimentando.
Não há evidências científicas sobre efeitos negativos da analgesia para o bebê. As doses são administradas na medula espinhal, próximo da “porta da dor”. Por isso, podem ser menores, cumprindo o papel de amenizar a dor da mãe, sem exercer efeitos colaterais no bebê.
Pode haver prurido (coceira), enjoo, formigamento dos membros e queda da pressão, e todos podem ser controlados, caso sejam um incômodo para a parturiente.
A mãe que escolhe a analgesia não será menos forte do que a que opta por ter outros métodos de alívio da dor. Tenha esse recurso como seu aliado!
E, se você pretende ter um parto com dores suportáveis, eu indico que tenha uma doula! Estudos mostram que a presença da doula aumenta em 60% a satisfação da mulher com a experiência de parto. É ela quem vai oferecer os melhores métodos não farmacológicos – ou seja, não medicamentosos – de alívio da dor. Utilizam-se óleos, aparelhos de massagem e palavras de conforto e firmeza para oferecer à gestante em trabalho de parto.
Em função da pandemia do COVID-19, as maternidades têm, entretanto, restringido o número de acompanhantes dos pacientes, e não estamos podendo contar com as doulas neste momento. Sugiro, então, como uma adaptação para este momento que você e o seu parceiro, ou quem você escolher para ser seu acompanhante durante a chegada do seu bebê, que se informem e se preparem para que consigam, no apoio, nas palavras de carinho e nas massagens, atingirem o objetivo do alívio não farmacológico da dor. O carinho, a atenção e a segurança ajudam muito no suporte à dor.
Um trabalho de parto seguro começa na escolha de seu obstetra de confiança, com um planejamento pré-natal bem-sucedido, aliado ao carinho, à dedicação e ao respeito para o momento mais nobre da vida de uma mãe.