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Menina segue em estado grave. Surge nota da defesa do atirador

A menina está sedada, intubada e sob ventilação mecânica no Centro de Tratamento Infantil desde 18/6 necessitando de doações de sangue.
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Alfabetização em tempos de pandemia

Maria das Graças Lima Nunes Pinheiro/Dace – Diretora pedagógica da Escola Nossa Senhora Auxiliadora/Ponte Nova
– Graduada em Pedagogia, mestre em Educação com Menção em Gestão Educativa pela Universidade Politécnica Salesiana e especialista em: Processo Ensino Aprendizagem pela UFV, Aprendizagem Cooperativa no Estilo Salesiano pela UCB e Desenvolvimento de Competências Gerenciais na Perspectiva da Identidade Salesiana pela UNISAL
 
– Continuação da edição 1.606, de 8/5. Leia aqui.
 
 
As cem linguagens são uma metáfora, são formas provocadoras para dizer que, no ambiente onde a criança estiver, deve ser estimulada, deve ser oferecida a ela a possibilidade de organizar diferentes ambientes, diversos cantinhos de brincadeiras, que vão permitir as diferentes expressões das “cem linguagens” e a construção da base da sua inteligência. 
 
– A parede de azulejo do banheiro ou qualquer outra pode ser um grande caderno para a criança escrever, desenhar, se expressar. Com pincel e tinta guache, mediada por um adulto, a criança escreve do jeito que pensa, conforme o repertório construído, desenha o que é significativo, deixa as marcas das suas experiências.
 
– O cantinho do supermercado, com produtos cujos rótulos indicam o conteúdo. Nesse ambiente, ela se expressa imitando os adultos, mas segue a sua lógica e se apropria da linguagem do rótulo, constrói o conceito de número, de posição, das formas geométricas e conceitos lógicos que serão utilizados por ela em diferentes situações da vida. Uma brincadeira com infinitas possibilidades.
 
– Cantinho do jogo, do quebra-cabeça, do encaixe: deixe-os disponíveis para a criança brincar, brinque com ela sempre que puder, ouça as suas histórias.
 
– Biblioteca: hora de ler, hora de contar história, hora de deixar a criança folhear o livro e contar a história do jeito dela. Os adultos escutam, se interessam pelo enredo, interagem com ela, fazem perguntas, instigam.
 
– Folha de papel para desenho, pintura, escrita. Deixe a criança se expressar, estimule-a a fazer isso. Medeie as suas ações. 
 
– Montagem de diversos cenários: salão de beleza, cozinha, pracinha, parquinho, sorveteria, loja – cenários criados pela criança -, com mediação de adulto, representando os espaços de sua escolha. Hora de brincar, de explorar os ambientes e desenvolver a imaginação, a criatividade, a linguagem.
 
– Cantinho do faz de conta – palco, microfone, fantasias, adereços para a criança ser quem ela quiser, criar personagens, montar narrativas, dançar, movimentar-se.
 
A partir dessas sugestões e considerando que ler e escrever acontecem com adultos mediando a vida da criança, imersos nas situações do contexto familiar, em contato de forma significativa com uma multiplicidade de linguagens, culturas, práticas sociais ao alcance de todos, resultam no fenômeno que chamamos hoje de Multiletramento. 
 
Multiletramento é essa ação dos sujeitos sobre a pluralidade das linguagens, que assegura o desenvolvimento das habilidades leitora e produtora de texto. Não se pode impedir isso, o mundo é letrado, a sociedade é permeada por linguagens em todos os lugares e a todo tempo, e as crianças, de maneira individual, de maneira incrível, criam associações, fazem conexões cerebrais, estabelecem relações e assim vão aprendendo. 
 
Mesmo estando em casa, sem frequentar presencialmente a escola, a criança continua aprendendo, por meio do brincar, das interações com os adultos e com o mundo que a rodeia. Está construindo a sua forma de ler e de escrever de maneira espontânea e natural: basta estimular, construir situações lúdicas, interagir, mediar a vida.

 

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