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Alfabetização em tempos de pandemia

Maria das Graças Lima Nunes Pinheiro/Dace – Diretora pedagógica da Escola Nossa Senhora Auxiliadora – Ensa/Ponte Nova
– Graduada em Pedagogia, mestre em Educação com Menção em Gestão Educativa pela Universidade Politécnica Salesiana, professora da Educação Básica em escolas públicas por 37 anos, secretária municipal de Educação e professora universitária por 18 anos
 
 
A pandemia nos trouxe, além do isolamento social e cuidados com a vida, uma nova forma de pensar nosso papel diante dos filhos e das famílias, papel esse que foi sendo construído ao longo de todo o processo, de pais para filhos, de filhos para pais, de marido para mulher, de irmão para irmão, e assim sucessivamente. 
 
O fato é que a lógica dentro de casa foi alterada, e o papel da família e da escola, se já era de parceria, hoje se torna um grande e forte aliado nesse processo da aprendizagem remota, de garantia de vínculo pedagógico, de invenção e criação de rotinas que supram as necessidades das crianças e dos jovens em casa.    
 
Diante disso, vou deter-me a dialogar aqui sobre o universo das crianças e os grandes desafios enfrentados nessa etapa da vida, tanto para os pais, quanto para a escola, no que se refere à construção da leitura e da escrita. Uma pequena reflexão sobre o conceito que temos de criança se faz necessária. Reporto-me ao conceito de criança que está nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil, que considera a criança como um sujeito de direitos, plenamente capaz de aprender. 
 
No seu processo de alfabetização, faz da mesma forma, enquanto ela dá sentido ao mundo construindo sua própria cultura a partir de interações que estabelece com o seu meio físico e social, buscando compreendê-lo e dar significado por meio de produções que são características da infância, como o brincar, o cantar, o desenhar, o jogar e tantas outras manifestações que correspondem às suas inquietações e questionamentos sobre a realidade, muitas vezes ligadas ao mundo adulto, mas, criadas a partir da sua própria lógica, ela constrói seu repertório sociocultural, faz conexões cerebrais importantes e desenvolve suas habilidades de leitura e de escrita, num processo natural, sem aparente intencionalidade, mas de uma riqueza ímpar para a sua aprendizagem.
 
Destaco aqui a linguagem que, juntamente com o brincar e a interação, tem papel fundamental para o desenvolvimento cognitivo. Não somente a linguagem oral e escrita, mas a expressão por meio das múltiplas linguagens, ou melhor, das Cem Linguagens, como diz Malaguzzi (1999).
 
As cem linguagens são uma metáfora, são formas provocadoras para dizer que no ambiente onde a criança estiver deve ser estimulada, deve ser oferecida a ela a possibilidade de organizar diferentes ambientes, diversos cantinhos de brincadeiras que vão permitir as diferentes expressões das “cem linguagens” e construir a base da sua inteligência. 
 
Na próxima edição (15/5), apresentarei sugestões para aproximar as crianças deste universo rico de significados.
 
Referências Bibliográficas – BRASIL, Ministério da Educação/Secretaria de Educação Básica/Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil; Brasília: MEC/SEB, 2010 – Acesso em 30/4/2020; Loris Mallaguzzi in EDWARDS, C. GANDINIL, FORMAN G – As cem linguagens da criança: a abordagem de Reggio Emília na educação da primeira infância – Porto Alegre: Artmed, 1999.
 
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