Na manhã desse domingo (8/12), na EM Dr. Otávio Soares/Centro Histórico, o Grupo Ponte Nova Feliz de Alcoólicos Anônimos/AA comemorou 44 anos de atuação pioneira, com reunião festiva e almoço de confraternização. Compareceram caravanas de AAs da região e de outras cidades do Estado.
Destaque para duas palestras: o sargento Rainer Medeiros de Sá, da Polícia Rodoviária Estadual/PRE, fez oportuno alerta sobre o evidente risco para quem bebe antes de assumir a direção de veículo. Ele defendeu a direção defensiva como fator de preservação da vida nas vias urbanas e nas estradas.
O padre Leandro Costa, da Paróquia São Sebastião/Centro Histórico, refletiu sobre trecho da Oração da Serenidade. A oração tem um trecho – “Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para conhecer a diferença entre elas” – de singular importância para os integrantes de AA, conforme relatou o sacerdote a esta FOLHA:
“A coragem é essencial no caminho da perseverança, para encarar a realidade, pois a dependência do álcool e outras drogas é uma forma de fuga, e cada cidadão deve buscar a sobriedade para encarar e superar os seus problemas. Resistir ao consumo destrutivo é sinal de força interior e coragem extrema.”
Irmandade
Este Jornal conversou com um dirigente do 15º Distrito do Comitê Trabalhando com os Outros/CTO, que, assim como os diretores do Ponte Nova Feliz, preservam sua identidade perante o público. Ele disse que a cidade tem outros três grupos de AA e o CTO atua em quatro cidades da região.
“Somos uma Irmandade de homens e mulheres que compartilham entre si suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo. O único requisito para ser membro é o desejo de parar de beber. Não há taxas ou mensalidades, somos autossuficientes, graças às nossas próprias contribuições”, disse ele para continuar:
“AA não está ligado a seita ou religião, movimento político, organização ou instituição. Nosso propósito primordial é mantermo-nos sóbrios e ajudarmos outros alcoólicos a alcançarem a sobriedade”, salienta ele, que na contabilidade informal diz que Ponte Nova tem hoje cerca de 600 homens e mulheres frequentando grupos de AA e ao menos mil em “estado de sobriedade”.
O desafio é permanente, e desativou-se, há algum tempo, o grupo de apoiadores formados por familiares e amigos de alcoólicos chamado de Al-Anon, mas ganha expressão a atuação de voluntários de Narcóticos Anônimos. Há aproximação com as clínicas de reabilitação da cidade, mas diz que ainda faltam condições para atuar ao lado do pessoal do Centro de Atenção Psicossocial/CAPS
Ele se refere aos princípios, tradições e conceitos desse movimento, surgido há 84 anos no mundo (atua em 186 países), há 72 anos no Brasil e desde 27/11/1975 em Ponte Nova: “Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes passos, procuramos transmitir a mensagem aos alcoólicos e praticar os princípios em todas as nossas atividades.”
O AA Ponte Nova Feliz tem reuniões numa das salas do subsolo da Prefeitura. Os outros três grupos locais estão nos bairros Triângulo, Rasa e Fátima. O CTO, que tem a finalidade de organizar, estruturar, padronizar e facilitar a divulgação da mensagem de AA, reúne-se à noite, na rua Santo Antônio, 404, no bairro de mesmo nome, na sede da Conferência de São Vicente de Paulo/SSVP. Ali ocorrem assembleias mensais do 15º Distrito de AA.
As fotos são de Danilo/Rádio Ponte Nova.