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‘Profissionais LGBTQIA+ sofrem discriminação no trabalho’

 Na 3ª edição da coluna Arte & Cultura, neste mês de junho, abordagem sobre a questão do mercado de trabalho para a comunidade LGBTQIA+.

Por coincidir com o mês em que temos o Dia dos Namorados, vimos muitas empresas surfando na onda e usando em suas propagandas casais homoafetivos. Mas será que em seus quadros funcionais elas acolhem pessoas LGBTQIA+?

Hoje, várias grandes empresas já têm seus comitês de equidade e desenvolvem programas de apoio e engajamento para as lideranças LGBT+, como orientação, grupos de trabalho, seminários, conferências e demais ações efetivas de inclusão, aceitação e acolhimento.
E em nossa região, o que as grandes empresas estão fazendo? 
O espaço está aberto a qualquer empresa que queira enviar para a coluna as ações que empreendam de forma efetiva para esta comunidade.

A coluna Arte & Cultura  conversou com Lucas Paoli Itaborahy, formado em Relações Internacionais pela PUC-Minas, mestre em Práticas de Direitos Humanos (Programa Erasmus Mundus, em 3 universidades europeias) e especialista em Direito à Orientação Sexual. Ele é gerente da Micro Rainbow Brasil, que tem sua sede em Londres/Inglaterra. Lucas é filho do nosso editor, José Carlos Itaborahy Filho, e da nossa diretora comercial, Amariles Paoli Itaborahy.

  ‘Apoiando a comunidade LGBTQIA+ além do Mês do Orgulho’

Este é o texto de Lucas:

"A discriminação e violência contra a comunidade LGBTQIA+ são fatores que contribuem frequentemente para a exclusão socioeconômica desta população e dificultam seu acesso e permanência no mercado formal de trabalho.

A pesquisa ‘Demitindo Preconceitos 2.0’, lançada em 2022, mostrou que 65% dos profissionais LGBTQIA+ já sofreram discriminação no ambiente de trabalho (número que sobe para 86% nos casos de pessoas trans) e 28% deles já foram assediados.

Estudos realizados pela ONG britânica Micro Rainbow International Foundation mostram que as barreiras são ainda maiores para pessoas LGBTQIA+ de baixa renda, uma vez que estão expostas a múltiplas formas de marginalização, não apenas devido à sua orientação sexual e identidade de gênero, mas também devido à raça, classe, entre outros marcadores socais. 

Além disso, as oportunidades de qualificação profissional são muito restritas, pois o estigma e o preconceito sofridos ao longo do processo educacional limitam os níveis de aprendizado e contribuem para alto índice de evasão escolar precoce, além de baixa autoestima e de outras vulnerabilidades psíquicas.

Para pessoas trans e travestis, a situação é ainda mais árdua, pois costumam interromper os estudos durante sua transição de gênero e não encontram outras alternativas de emprego e geração de renda que não seja o trabalho sexual, ficando mais expostas a diferentes tipos de abusos e violência transfóbica.

Segundo levantamentos da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), 90% da população trans estão envolvidos no mercado da prostituição."

Visando enfrentar  estes desafios, o ativista pontenovense Lucas Paoli Itaborahy (hoje também cidadão italiano por consanguinidade) fundou a Diversità Consultoria em 2022. A empresa oferece cursos de capacitação e mentorias para empreendedores LGBTQIA+, bem como oficinas e treinamentos para empresas e organizações que desejam primar sobre a diversidade e inclusão LGBTQIA+ no mundo corporativo.

Lucas alerta que, no mês de junho, normalmente oportuniza-se a narrativa do orgulho para investir em campanhas de marketing voltadas para o público LGBTIQ+, mas as empresas não desenvolvem ações mais consistentes para incluir esta população no ambiente de trabalho e gerar mudanças sociais.

Em função disso, a Diversità tem oferecido palestras e discussões sobre diversos temas, tais como: “Letramento sobre questões LGBTQI+”, “Políticas corporativas de diversidade e inclusão LGBTQI+”, “Linguagem inclusiva no ambiente de trabalho”, “Segurança psicológica para profissionais LGBTQI+” e “Estratégias de geração de trabalho e renda para a comunidade LGBTQI+”.

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