José Milagres Araújo Filho – Especialista em Clínica Médica – CRMMG 8553
Consultório – Rua Dr. José Vieira Martins, 161 – Palmeiras/Ponte Nova
(31) 3881-1962
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Na época em que vivemos, a necessidade de atender muitos pacientes em curto espaço de tempo levou a certa impessoalidade do atendimento médico. E como consequência deste atendimento rápido, trocou- se a atenção ao paciente pela rápida e fácil solicitação de exames complementares.
Na esteira de outros movimentos que questionam a correria da vida moderna, surgiu na primeira década deste século a Slow Medicine – A Medicina sem Pressa. Ela se propõe a resgatar um atendimento sem pressa, buscando boa interação entre o médico e paciente. Este conceito é revolucionário, porém não é novo, e muitos médicos já norteavam sua atividade clínica por essa filosofia, ainda antes de sua enunciação.
Na Slow Medicine, deverá haver tempo para o paciente expor seus sintomas e questionamentos, enquanto o médico ouve e dialoga com ele. Também o exame físico receberá muita atenção e haverá mais tempo para o raciocínio clínico. É sabido que, em uma avaliação médica, cerca de setenta e cinco por cento da resolutividade decorrem de uma boa entrevista e de um bem feito exame físico. Exames complementares, quando necessários, deverão ser pedidos com muito critério.
E as condutas a serem tomadas deverão ser compartilhadas com o paciente, que passa a ser um ator no cuidado da sua saúde. Ao longo do tempo, essa relação médico-paciente tende a ficar mais efetiva, gerando conhecimento e segurança mútua.
A Slow Medicine evitará exames diagnósticos sofisticados e caros, como também procedimentos invasivos, tornados desnecessários pela boa aplicação do Método Clínico. Não que a Slow Medicine despreze esses exames e procedimentos, pelo contrário. Mas o seu uso será buscado com muito mais racionalidade.
Do ponto de vista terapêutico, a Slow Medicine valoriza as medidas não farmacológicas, que são eficazes, porém dependentes do engajamento do paciente na sua implementação – engajamento este facilitado pela boa relação médico-paciente. Também propicia o uso de menos remédios, muitas vezes até com desprescrição deles. E torna mais fácil a tomada judiciosa de medidas simples e conservadoras, ao invés de arrojadas, na ausência de evidência científica de eficiência dessas últimas, diminuindo sofrimento e custos para o paciente e seus familiares.