Na manhã de 11/7, representantes da Superintendência Regional de Saúde/SRS tiveram, no Hospital Arnaldo Gavazza/HAG, reunião com médicos, enfermeiros e farmacêuticos para orientar sobre o uso de soro e vacina antirrábica. Agenda similar ocorreu no Hospital São Sebastião, em Viçosa.
No HAG, a médica veterinária da SRS Ponte Nova, Graziele Menezes Ferreira Dias, ressaltou a importância de o hospital seguir o protocolo clínico recomendado pelo Ministério da Saúde/MS, evitando assim a falta de antivenenos para tratar dos pacientes em situação mais grave.
A esta FOLHA, Graziele esclareceu que o último caso de raiva em humanos ocorreu em 2012, em Rio Casca. Ela enfatiza a importância da imunização anual de cães e gatos (leia aqui sobre a agenda de vacinação em três cidades da região).
De acordo com a Norma Informativa (NI) nº 40 de 2019, do MS, “os estoques de soros antibotrópico (pentavalente e SABr), antiescorpiônico (SAEsc) e antirrábico (SAR) encontram-se aquém do quantitativo necessário para cumprimento da distribuição de rotina mensal às 27 Unidades Federadas”.
Ainda de acordo com o informe, os laboratórios produtores de antivenenos no Brasil – em Minas, existe a Fundação Ezequiel Dias/Funed – tiveram redução na capacidade produtiva em razão da obrigatoriedade de cumprir diretrizes estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, a qual dispõe sobre as "boas práticas de fabricação de medicamentos".
A referida norma enfatiza que o uso de soro e vacina antirrábica deve ocorrer “em situações em que há morcegos e outros animais silvestres envolvidos e também em situações em que cão e gato não são observáveis. Nos casos em que cão e gato são passíveis de observação, não é indicado o uso de soro antirrábico, a não ser que o animal evolua para o óbito, desapareça ou apresente sinais clínicos”.
A SRS e o HAG informaram ainda:
– A raiva se desenvolve em cães e gatos em até 10 dias após a contaminação e é fatal. Caso após esse período de observação o animal esteja bem, significa que ele não tem raiva e não a transmitiu para a vítima da mordida.
– Em humanos, a doença se manifesta em até dois anos após a mordida, sendo mais rápida quando ocorre em mãos, pés, pescoço e cabeça. O humano acidentado com um cão ou gato, em caso não grave, pode observar o animal para não entrar em tratamento profilático sem a real necessidade.