– Matéria atualizada às 11h30 de 30/5/2024.

O desfecho da apuração começou na noite da véspera (21/5), quando surgiu denúncia de que detentos de três celas da Ala 5 ameaçavam outros reclusos e os familiares destes, ao cobrarem dívidas contraídas pelo uso de celulares dentro do Presídio.
Nos depoimentos dos presos perante a Guarda Prisional e diante do delegado Cléber de Souza Gomides, da Polícia Civil, revelou-se o nome do agente Alex Rafael, o qual trabalha na Equipe do Trânsito Interno escoltando presos na saída (e retorno) da cela para algum atendimento.
Alex Rafael foi interceptado na chegada para o trabalho às 18h de 21/5, deparando com o diretor Fabrício Batista Cotta no Setor de Revista. O agente se recusou a passar pelo equipamento Body Scan (fonte de raio X que escaneia o corpo) e tentou voltar ao estacionamento para supostamente procurar o seu celular.
Busca nas celas
Recebendo ordens de se submeter ao scanner, Alex Rafael confessou que trazia consigo um telefone e quatro carregadores para o preso Oliveiro Garcia da Silva Neto, da Cela 84 da Ala 5. Rafael deixaria os itens com o detento André Cosme Ribeiro, que trabalha na faxina dessa ala e este cuidaria da entrega.
Alex Rafael revelou a compra do aparelho por R$ 500,00 (e cada carregador por R$ 40) em loja de itens eletrônicos de Palmeiras. Em troca da entrega, o agente penitenciário receberia R$ 20 mil via Pix.
Por consequência dessa revelação, a Direção do CPPN ordenou revista imediata em todas as celas da Ala 5 com este desfecho: apreensão de 13 celulares e 21 carregadores assim distribuídos:
Cela 79 – 4 carregadores e 4 celulares, cuja posse foi admitida pelos presos Michael Rodrigo Sávio de Oliveira e David Willian César Miranda.
Cela 83 – 3 carregadores, cabo USB e 3 celulares, cuja posse foi admitida pelos reclusos Wesley Rosa Bispo e Alan de Souza Fontes.
Cela 84 – 13 carregadores, cabo USB e 5 celulares, cuja posse foi admitida pelo detento Orlando Nunes da Cruz.
Cela 87 – celular e carregador com o detento Kenedy Luiz Rodrigues.
O boletim de ocorrência com a apreensão e a prisão de Alex Rafael foi revelado pelo Blog Rádio Web/Ponte Nova e verificado por esta FOLHA. Confirmamos, por exemplo, que no armário mantido por Alex Rafael no CPPN a Polícia Penal recolheu dois celulares e um carregador.
Mais informações
Nossa Redação procurou o diretor Fabrício, que confirmou o caso e não deu declarações, mas fez este comentário: “Prevaleceu a dedicação da Polícia Penal na prisão do agente envolvido em corrupção.”
Nota da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública/Sejusp – enviada à Rádio Itatiaia/BH – corroborou o informe acima. Após enaltecer a atuação dos policiais penais na investigação, assim concluiu a nota:
“Destacamos que a Sejusp não compactua com quaisquer desvios de conduta. Todas as situações são acompanhadas com rigor.”