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A trajetória do radiotelegrafista Beijamar, que tem 57 anos de Ponte Nova

Como resumir, neste espaço, os 88 anos de vida – bem vividos – de Beijamar José da Silva, nascido em 14/12/1930, em Oliveira/MG, e cidadão honorário de Ponte Nova desde 1999. “Tenho tanta coisa para contar que demandaria muito tempo”, resume o próprio entrevistado, que, trabalhando – desde os 22 anos – como o primeiro radiotelegrafista do Estado, na cidade Santa Vitória/MG, obteve transferência e chegou a Ponte Nova em 13/12/1961, aos 31 anos.

Com humildade, força de vontade e competência, Beijamar superou as dificuldades iniciais e prestou serviços no setor durante quase 20 anos, trabalhando também neste período para o DER/MG, a Cemig e a Tratex.

Em julho de 1980, com a desativação das estações pelo Governo do Estado, Beijamar aposentou-se, mas não parou de trabalhar em Ponte Nova. Em agosto daquele ano, concluiu Curso de Eletricista Instalador e prestou serviço em residências, empresas, entidades e instituições (a exemplo da Cadeia/Delegacia de Polícia), contratado que foi pela Prefeitura até o ano de 1983.

A partir daí, trabalhando como eletricista autônomo, Beijamar dedicou-se à Sociedade São Vicente de Paulo/SSVP, na qual vem atuando desde a chegada a Ponte Nova, chegando a presidir o Conselho Particular de Ponte Nova.

Na Paróquia São Sebastião, atuou na Pastoral do Círculo Bíblico e nos programas de Encontro de Casais com Cristo. Nos anos 2000, foi diretor da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais/Apae.

Beijamar jogou futebol na SE Primeiro Maio e no Municipal AC e fundou o Vitória Esporte Clube. Foi casado com a saudosa Izabel Expedita da Silva, com quem teve dez filhos. Em 1982, contraiu novo matrimônio com Terezinha Assis da Silva, com a qual teve mais dois filhos. Hoje ele contabiliza descendência com netos e bisnetos e tem grande círculo de amizades.

Ele se lembra de que sua mãe, Alaíde Ozória de Araújo, era filha de escrava na região de Oliveira e prefere não divagar sobre a questão racial, embora tenha compartilhado, em casa, o trabalho da saudosa filha Cleunice Expedita da Silva, que em 11/11/1996 fundou a Associação Recreativa e Cultural Zimbabwe.

Para exemplificar sua coragem, ele conta o caso em que, aos 21 anos, tendo concluído curso de radiotelegrafia, foi para Belo Horizonte em busca de emprego e, estando na portaria do Palácio da Liberdade, perguntou ao porteiro se ele podia marcar audiência com o governador Juscelino Kubitscheck/JK.

O porteiro, num sorriso de deboche, respondeu que “só  daqui a uns dois ou três meses”. Nosso entrevistado, todavia, ali ficou e, notando a saída de JK, foi em sua direção, sendo barrado por um segurança. Este inquiriu: "Qual o problema, negão?" Antes que Beijamar retrucasse, o governador deu ordem para “ouvir o rapaz”.

Beijamar explicou ao governador que há três meses havia sido aprovado em teste para operador de radiotelegrafia, e de imediato JK lhe passou um cartão no qual anotou “Se o portador foi aprovado, tão logo aparecer uma vaga, providencie sua nomeação”, autorizando a entrega do papel no Departamento de Comunicação do Estado.

Agindo conforme as instruções, Beijamar foi surpreendido, seis dias depois, com a sua nomeação – publicada no jornal “Minas Gerais” – para trabalhar em Santa Vitória.

Em dez/2015, os nove anos de seu trabalho naquela cidade foram resumidos numa página da “Revista do Pontal”, editada em Ituiutaba.

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