Esta FOLHA divulga, na página 7, o balanço provisório (até 27/8) da etapa microrregional de multivacinação infantil, constatando que, dos 30 municípios sob jurisdição da Superintendência Regional de Saúde/SRS, apenas 10 já cumpriram a meta de imunizar 95% das crianças.
É claro que, com a campanha encerrando-se hoje, sexta-feira (30/8), é grande a expectativa de que a cobertura vacinal seja atingida no Vale do Piranga. É oportuno, contudo, refletir sobre a realidade, pois em 2017 a média nacional de imunização foi de 77%.
Profissionais de saúde concordam, pelo país afora, em que se abre assim caminho para que doenças já erradicadas – ou com poucos registros – retornem ou tenham aumento em suas taxas de incidência. As reportagens sobre o tema mencionam o aumento de casos de coqueluche e difteria no período 2016/2017.
O alerta maior fica para o sarampo (já há um caso “suspeito” em Ponte Nova), reforçando-se a necessidade de prevenção em massa contra a poliomielite, cuja campanha de erradicação, pelo mundo afora, tem patrocínio do Rotary Club. Não por acaso, em Ponte Nova, na semana passada, os rotarianos entraram na campanha de divulgação dos locais de multivacinação.
Como se sabe, a prevenção contra o sarampo, uma das doenças mais contagiosas do mundo, está na vacinação: uma dose da “Tríplice Viral”, seguida de uma da “Tetra Viral”, com intervalo mínimo de um mês.
Não só crianças, mas também os adultos devem vacinar-se, caso não tenham recebido as duas doses necessárias na infância. A meta anual de imunização é 95%, mas, pela primeira vez em 16 anos, esse patamar não foi alcançado em 2017: a Tríplice só chegou a 83,9% de cobertura, e a Tetra, apenas a 71,5%. Em 312 municípios do país (nenhum em nossa região), a taxa de vacinação ficou abaixo dos 50%.
É bom registrar que em 2017, das dez imunizações recomendadas para crianças de até 1 ano, só se atingiu – no país – a meta de cobertura da BCG, que protege contra tuberculose e é aplicada logo ao nascer.
O problema, no entanto, não se restringe às crianças. Muitos adultos sequer sabem onde está seu cartão de vacinação para verificar as doses que tomaram nos primeiros anos de vida. Fica a orientação de especialistas: em relação ao sarampo, à caxumba, à rubéola e às hepatites, nem é preciso se preocupar com o histórico de vacinação. Na dúvida, é melhor vacinar.