Nesta semana, os pontenovenses, assim com o os cidadãos de todos os centos urbanos, começaram a sentir os efeitos da greve nacional dos caminhoneiros – deflagrada nesse 21/5 -, havendo inclusive ponto de bloqueio de veículos na MG-329 (leia na página 12). A partir dos transtornos que afetam diversos segmentos da economia urbana e rural de nosso município, é oportuno avaliar o cenário que gerou a mobilização.
O diesel (com preço médio nacional de R$ 3,55 o litro nas bombas, neste mês de maio) corresponde a mais de 50% do custo de um frete. Desde julho/2017, este combustível acumula alta superior a 50% nas refinarias. A gasolina (valor médio nacional de R$ 4,24 o litro em maio) também sofre reajustes quase que diários. Tudo porque a Petrobras começou praticar sua nova política de preços, seguindo a cotação internacional do preço do petróleo e do dólar.
Na abertura do protesto, em 21/5, Juliana Martins, diretora da Federação das Empresas de Transporte de Cargas de Minas, disse que, para quem está ao volante de seus caminhões, de cada 30 dias trabalhados 20 são para pagar impostos. Ela provocou: “Se o Governo usa a política internacional para precificar o combustível, deveria também usar a política internacional para cobrar impostos”.
A provocação é pertinente, pois o Brasil é o país com a maior quantidade de taxas e impostos diferentes do mundo. São 93 tributos em vigor, e, na outra ponta da questão, nossa nação oferece um dos menores índices de retorno ao cidadão, que ao longo dos anos ainda se depara com sequência de escândalos gerados pela corrupção.
Recente estudo do Banco Mundial revela que, em nosso país, 69,2% do lucro líquido das empresas de médio porte são consumidos por impostos. Deste total, o maior peso vem das contribuições previdenciárias (40,6 %).
Outro exemplo: ao tomar um cafezinho, o cidadão paga 16,5% de imposto sobre o pó de café, mais 30,6% sobre o açúcar e mais 37,8% de taxas que incidem na conta d’água. No caso dos combustíveis, boas fatias do preço ficam com os Governos Federal (que arrecada impostos via Cide, PIS e Cofins) e Estaduais (recolhimento do ICMS).
Como se vê, junto com as negociações pelo fim da greve, deve-se agir na reordenação da economia como um todo.