A propósito da proximidade da IV Festa da Goiabada, marcada para a manhã deste 30/10, o produtor José Ricardo Brandão Martins (com fábrica na Usina Jatiboca/Urucânia) enviou para esta FOLHA texto do amigo ruralista Afonso Damásio Soares, refletindo sobre a historia da goiabada em nosso município:
“No final do século XIX, três irmãos pontenovenses – Ângelo, Francisco e José Vieira Martins – juntamente com o tio Luiz Augusto de Souza e Silva, proprietários de grandes extensões de terra em Ponte Nova, às margens do ribeirão Oratórios, resolveram implantar uma Usina de Açúcar.
Na época, a região de Campos dos Goytacazes, no Estado do Rio de Janeiro, dividia com o Nordeste a liderança da fabricação de açúcar no Brasil.
Assim, foi em Campos dos Goytacazes que os empreendedores buscaram a experiência profissional e a tecnologia necessárias ao êxito do empreendimento. Foram então lançadas as bases da Usina Ana Florência, a primeira de Minas Gerais, inaugurada em 1883. O transporte dos pesados equipamentos, a construção da fábrica, a superação de obstáculos de todos os tipos, no contexto da época, foram uma verdadeira epopeia!
Porém, quase por acaso e sem objetivo comercial, os fundadores e seus colaboradores trouxeram também a receita de um doce que ao longo do tempo se tornaria marca registrada da culinária do Vale do Piranga. A 'Goiabada de Ponte Nova'.
Hoje o Brasil e o mundo conhecem a qualidade, o sabor e o charme desse doce, cuja receita, passada de mães para filhas, não sofreu alterações ao longo dos séculos.
O doce artesanal ou semi-industrializado mantém suas características únicas, podendo-se dizer que tem personalidade própria, integrando-se à simplicidade do povo da região, ao mesmo tempo em que, conhecendo seu valor, não se acanha em participar dos mais requisitados banquetes, ao lado de sobremesas sofisticadas.
Afinal, o que supera o prazer de saborear a autêntica Goiabada de Ponte Nova, acompanhado de um legítimo queijo de minas?”