A Fundação Menino Jesus promoveu, na noite de 21/9 (quinta-feira), na sede da OAB/Centro Histórico, sua XII Mostra Cultural. Neste ano, o homenageado foi o fotógrafo e ambientalista Ronaldo Fernandes, assessor de Comunicação da Câmara Municipal, saudado com discursos da presidente da FMJ, Irmã Zélia Patrício, e de sua assessora Rita Cesarino.
Dezenas de crianças assistidas pela entidade envolveram-se em declamações, jograis e coreografias (assista ao vídeo), com destaque para a dança do maculelê (foto). Representantes do Executivo e do Legislativo estiveram entre o público que lotou o auditório. Ronaldo acompanhou tudo ao lado da esposa, Sheila Salomé, do filho Pedro e da sogra, Maria.
Durante o evento, monitoras da FMJ leram a biografia de Ronaldo (nascido em Curvelo e radicado em Ponte Nova há 25 anos). Ao agradecer a homenagem, ele exaltou o projeto educativo desenvolvido pela Fundação (na qual ele atua como voluntário) para assistir a dezenas de crianças em situação de vulnerabilidade social.
Ronaldo deteve-se, sobretudo, em ratificar os termos da denúncia de 2002 relativa à erosão em trecho lateral do Aeroporto Municipal, formando enxurrada anual que afeta a FMJ, assoreando tanques de peixes e plantações – mantidos para o sustendo da Fundação -, suprimindo áreas verdes até formar uma grande vossoroca na encosta e escoando o barro até o leito do rio Piranga. Esta FOLHA registrou o caso com diversas reportagens ao longo dos anos.
Há 15 anos, tramita ação contra o Estado (e a Prefeitura) a partir de laudo técnico e relatório fotográfico dos danos documentados pelo Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente/Codema e da ONG Puro Verde. “Um erro de engenharia danificou a calha, e encosta abaixo houve rompimento do duto de canalização que passava por dentro da mata da Fundação”, salientou Ronaldo.
Autor das fotos de boa parte da documentação que sustentou a denúncia acatada pelo Ministério Público, Ronaldo se deteve numa avaliação crítica: “O processo judicial anda a passos de animal bem lento, e as autoridades, cientes da crescente extensão do dano, nunca tomaram medida drástica para estancar o problema e recuperar a área prejudicada por um crime ambiental que segue impune.”
Houve, sim, reformas paliativas – como a de 2010 -, mas, “sendo mal executada, a obra não resistiu às chuvas, que provocaram nova erosão, ainda mais perigosa”, continuou Ronaldo. Ele conclamou a opinião pública a se indignar com esta realidade, que, afetando o meio ambiente, “implicou perdas imensuráveis para a sustentabilidade da Fundação”.