
Nesta semana, tivemos, em Ponte Nova, dois emblemáticos eventos apontando a educação como principal vetor de cidadania em relação a questões essenciais na sociedade contemporânea: o complexo universo das drogas e o desafio de manejo adequado do lixo urbano.
Não por acaso, os promotores do “Palco da Reciclagem” impuseram a si mesmos ( e à comunidade escolar) uma maratona teatral – leia na página 5 – com foco na educação ambiental e na responsabilidade individual e coletiva em prol de comunidade sustentável.
Com a mesma perspectiva, integrantes de dois Conselhos Comunitários recorreram a autoridades e convidados para marcar a Semana Antidrogas com discursos – perante estudantes de várias escolas – em prol da prevenção contra o uso de entorpecentes lícitos (álcool e tabaco) e ilícitos.
Nos dois relevantes temas, o debate não pode evidentemente restringir-se ao universo escolar, devendo, todavia, permear este segmento para facilitar o entendimento de tais questões e suas aplicações no dia a dia, a partir do processo de aprendizagem.
Assimilados pelas escolas em clima de transversalidade em diversas disciplinas, os dois temas abrem, depois das agendas desta semana, sugestões de projetos e formas diferentes de aplicação dos conceitos, que, como se espera, influenciem na formação da personalidade dos futuros adultos.
Não por acaso, recente pesquisa de doutorado feita na Universidade de São Paulo apurou que, para cada investimento de 1% na educação, 0,1% do índice de criminalidade é reduzido. O estudo comprova a potencialidade da escola como fator para influenciar o comportamento dos alunos e reduzir a violência.
Existe ainda a questão pragmática. O Governo Federal calculou que o gasto mensal de um estudante em educação básica (R$ 458,00) é um valor consideravelmente menor que o total de R$ 2,5 mil usado para manter um preso. Logo, investir em educação para evitar que jovens ingressem no mundo do crime é mais eficaz, além de mais barato.
Por outro lado, especialistas concordam em que o adolescente só vai para o crime na medida em que todas as demais portas – as da inclusão – se fecham. Que ocorram, pois, campanhas educativas, procedimentos de urbanização e saneamento, com oferta de espaços para esporte e lazer, ensino de qualidade e, depois, oportunidade de trabalho.
Enfim, que haja vida digna para nossos jovens e suas famílias, e não apenas uma estrutura repressora e marginalizante.