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Ilustradora de nossa região presente na Bienal do Livro RJ 2025

Na Bienal do Livro, haverá lançamento da obra “Uma vida bordada em palavras”, ilustrada por Luísa Viveiros, artista radicada em Ponte Nova.
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Em defesa do Estado Social

O discurso incisivo do padre Wander Torres, na Sexta-Feira Santa (leia na página 3) não constitui fato isolado neste ano.
 
 
Religiosos em geral e a cúpula da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/CNBB reservam o tempo da Quaresma para conscientizar os fiéis católicos contra o “desmonte’ do Estado Social patrocinado pelo Governo do presidente Michel Temer/PMDB.
 
Na preparação de textos e campanhas, sobressai a posição de teólogos de que é papel da Igreja promover o diálogo – e atuar na conscientização geral – sobre medidas previstas e/ou já impostas aos brasileiros.
 
Não por acaso, no final de março, a Conferência divulgou nota contra a Reforma da Previdência, posicionando-se ao lado de sindicatos, centrais sindicais e entidades nacionais, a exemplo da Ordem dos Advogados do Brasil/OAB.
 
A entidade convoca os cristãos – e a opinião pública em geral – para tomarem consciência sobre as mensagens bíblicas, com a reflexão em torno delas transformando-se em oportunidade “para levantar a voz em defesa dos sofredores, dos traídos, dos crucificados, das vítimas em geral de um sistema excludente”.
 
O raciocínio que domina os debates é provocante: nestes tempos em que boa parte do arcabouço de providências visa enfraquecer o movimento sindical e deixa os trabalhadores em geral cada vez mais submissos – via Congresso Nacional – aos interesses patronais, instituições com credibilidade devem destacar-se tendo, como ponto de partida principal, a defesa dos direitos sociais e humanos, dando – dentro desse campo – efetiva prioridade aos pobres.
 
De fato, na prática, como avaliam os analistas, os principais afetados pela Reforma da Previdência são os trabalhadores – incluindo os aposentados -, sobre os quais pesa o ônus de um problema sério brasileiro, mas sem que se abram, nas fileiras governamentais, uma frente contra a sonegação de impostos e o combate rigoroso à corrupção, só para citar dois exemplos.
 
Na prática, entretanto, a sociedade precisa participar do debate, buscar a consciência através da educação civil e da formação política. Estas duas referências são especialmente complexas diante da realidade, que nos mostra boa parte da população alienada em função da baixa escolaridade e da falta de acesso à informação.
 
Este é o dilema contemporâneo, a ser encarado com esperança e resistência em favor do interesse da maioria dos brasileiros.
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