A Polícia Civil realizou, nessa quarta-feira (5/4), a terceira fase da “Operação Guerra aos Clones”, sendo que dezenas de policiais civis cumpriram mandados de busca e apreensão e de prisão temporária em Abre Campo, Matipó, Manhuaçu e Ponte Nova.
Segundo o balanço policial, continuam foragidos dois suspeitos de atuar na clonagem de veículos. Ocorreram duas prisões de homens já vinculados a roubo de veículos e cargas: o pontenovense José Antônio Rodrigues (Zezão), no bairro Recanto das Pedras; e Diogo Miquelino, em bairro de Abre Campo.
Registrou-se ainda a apreensão, na casa dos dois envolvidos, de documentos e veículos com suspeita de adulteração em sua documentação.
O relatório policial informa que, desde novembro de 2016, policiais civis de Abre Campo, Matipó e Manhuaçu (com apoio de investigadores de Ponte Nova) apuram esquema de clonagem de veículos. Num primeiro momento, localizaram-se veículos com seus componentes identificadores adulterados.
Na segunda fase, em janeiro, a Delegacia de Abre Campo apreendeu pelo menos dez veículos clonados naquele município, com os receptadores presos em flagrante.
Em seguida, houve foco no desmantelamento do esquema de quem rouba/furta, adultera e coloca em circulação o veículo clonado com aparência de lícito. Em seguida, ocorreu a identificação dos suspeitos, que tiveram suas prisões requeridas na Justiça Criminal.
Outro processo – Os nomes dos dois presos nesta semana integram relação publicada na edição deste jornal em 16/7/2015, referindo-se ao trâmite, na 1ª Vara Criminal de Ponte Nova, de extenso processo que apura a atuação de 24 pessoas numa suposta quadrilha especializada em furto/roubo de caminhões e/ou cargas na região de PN, com ramificações na macrorregião.
A investigação teve início em 29/10/2014, com atuação dos policiais civis João Paulo, Marco Aurélio Lopes e Antero Marcos, sob comando do delegado Wallace Drey Soares.
O delegado ainda comenta que a empresa Bartofil foi umas das mais lesadas nesses crimes. “Estamos diante de uma das maiores organizações criminosas da região. Infelizmente sabemos que vários outros delitos foram praticados. Todavia, até pelo número reduzido de policiais, não nos foi possível apurá-los”, escreveu o delegado, acrescentando que, “por óbvio, existem outros integrantes, mas infelizmente não logramos êxito em identificá-los e qualificá-los”.
Todos os indiciados depuseram em Juízo negando os crimes. A inocência e/ou falta de provas é sistematicamente alegada por seus advogados.
Em seu relatório ao Juizado Criminal, o delegado Wallace informa que, certa feita, José Antônio Batista Rodrigues (Zezão) e Rogério Pereira Firmino (Furão) convenceram o motorista Marlen de Souza Lima a simular roubo de caminhão pertencente à Usina Jatiboca que ele dirigia na MG-262, perto de Rio Casca.
O caminhão foi desmanchado, e as peças – transportadas em veículo por Marconi Guimarães da Silva – foram levadas para Manhuaçu e uma cidade do RJ.
Através de Társis Leal Bitencourt e Deivid Rodrigo Aparecido, Zezão distribuiu em 2014, em vários municípios, carga de triciclos e jet ski retirada de caminhão que teve roubo simulado em Paracatu, com participação de Aureliano Gomes Ferreira (Fulengo).
Társis vendeu um triciclo para Fernando Magalhães Carneiro (Sorriso), ao custo de R$ 25 mil. Marconi relatou à Polícia que, noutra data, Zezão lhe pediu para guardar, em sua propriedade, caminhão roubado em Mesquita/RJ. Sabe-se, ainda, que Zezão e outros tomaram de assalto caminhão da Cia. Souza Cruz e retiraram a sua carga de cigarros, abandonando o veículo em Santa Cruz do Escalvado.
Por sua vez, Jorge Luiz Martins Filho (Jorginho de Acaiaca) recebeu, de Marlon Sandro da Cunha (Mamão), cheques obtidos no roubo de carro-forte em Paracatu. Com alguns
cheques, Jorginho comprou um caminhão, abastecendo-o depois no Autoposto Pracinha/PN. Neste local, comprou pneus e pagou tudo com cheques totalizando R$ 25 mil.
Rafael de Morais Costa narrou à Polícia a simulação de roubo de caminhão da Bartofil que ele dirigia. Segundo a Polícia, atuaram Marconi, Arildo Antônio Barbosa Dias (Bibi), Adriano de Jesus Marcelino (Paulista) e Jorginho.
O veículo foi levado para São Geraldo, com a carga sendo retirada em depósito de Walmir Rocha Lopes. Depois, o caminhão foi abandonado em Muriaé.
Parte da carga apreendida pela Polícia foi levada por Mauro Aloísio da Fonseca Rodrigues (Mauro do Posto) para um pesque-pague em Coimbra (com apoio de Marconi e Cristiano Wellington da Silva). Outra parte dos produtos foi localizada num depósito de Alba Elizabete Campos Oliveira, em Entre Rios de Minas. Também apurou-se que Elísio Antônio Tavares Barbosa dirigia outro caminhão da Bartofil, cujo roubo também foi simulado. Arlindo Alexandre Sodré levou parte da carga para a Bahia.