
Nesse 3/3, o Núcleo de Estudos Sociopolíticos da Pontifícia Universidade Católica/PUC de Minas Gerais publicou artigo de seu reitor, dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, bispo auxiliar da Arquidiocese de BH, com avaliação crítica do momento político Brasileiro.
O religioso pontenovense, irmão do prefeito Wagner Mol PSB, justifica o artigo: “É papel precípuo da universidade não só expressar sua solidariedade às massas de pobres, trabalhadores empregados ou não, homens e mulheres de boa vontade e de todas as idades, como também contribuir para a formação da consciência crítica, cidadã, ecológica integral, progressista, ética, arejada, humanizada, inclusiva justa e livre.”
O artigo repercutiu, em 18/3, no site Settimana News, da Itália, e ganhou publicidade maior no Brasil (e na nossa região), pela sua exortação: “Os brasileiros precisamos ter a consciência da gravidade do momento político, social, econômico e moral que vivemos nos últimos meses.”
Dom Joaquim alerta para as “consequências nefastas para trabalhadores e pobres” com as decisões que pretendem mudar a Previdência. Ele acena com o “contínuo agravamento das condições de vida” em decorrência das “leis referentes à classe operária”, enfatizando “os inúmeros casos de corrupção envolvendo políticos, empresários e advogados suspeitos de se livrarem dos vestígios das suas atividades iníquas”.
Mencionando a queda do poder de compra da classe média e considerando “cada vez mais massacrante” a rotina de trabalho, o reitor da PUC acusa o Governo Federal de “defender os interesses do grande capital, exigindo sacrifícios dos mais pobres. O sistema financeiro é privilegiado e os bancos acumulam riquezas. Assiste-se a um triste atraso de iniciativas de resgate da dignidade popular. O neoliberalismo torna-se desenfreado”, diz ele.
O bispo ressalta que “as dinâmicas de participação democrática são fortemente hostilizadas e reduzidas a fragmentos, num momento em que seria preciso levantar a cabeça e caminhar”. Para ele, o Estado vive separado da sociedade civil, e “a deterioração das condições de vida das populações indígenas e dos setores mais pobres deveria sacudir as consciências”. Afinal, “nenhuma nação pode realizar-se em meio a tanta desigualdade”.
Registramos tal opinião neste espaço, pela oportunidade das reflexões diante da crescente gravidade da cena nacional.