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Ilustradora de nossa região presente na Bienal do Livro RJ 2025

Na Bienal do Livro, haverá lançamento da obra “Uma vida bordada em palavras”, ilustrada por Luísa Viveiros, artista radicada em Ponte Nova.
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Alerta papal

 
Na semana em que os católicos da região se preparam para o lançamento de mais uma Campanha da Fraternidade (com o tema “Biomas brasileiros e defesa da vida”), notícia da vizinha Oratórios  tornou-se unanimidade nas rodas de conversa, com a prisão do pároco local e – em mais três cidades – a de três comparsas em supostos crimes de receptação de peças sacras e ações de pedofilia.
 
Não por acaso, em meio à indignação popular, surgiu nota do arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio, lamentando “esses fatos que ferem o Corpo Eclesial, escandalizam a comunidade cristã e geram desencanto e repúdio” (leia na página 15). Ele assinala a intenção de colaborar com as investigações, numa clara posição de acatamento da exortação apostólica papal editada em 5/6/2016.
 
O texto do papa Francisco é tão claro como água: os bispos que agirem de forma negligente ou ocultarem informações relacionadas com casos de abuso sexual de menores – pedofilia – ou de adultos vulneráveis serão expulsos de seus cargos.
 
O documento do papa, intitulado “Como uma mãe amorosa“, chega com décadas de atraso, mas é de grande importância, uma vez que, se não houvesse o silêncio cúmplice da hierarquia da Igreja Católica nos quatro cantos do mundo, poderia ter-se evitado a impunidade ao longo de anos e anos, bem como o sofrimento de inúmeras vítimas.
 
O texto reforça os artigos do Código de Direito Canônico em que se estipula a possibilidade de expulsar um eclesiástico por “causas graves”. O santo Pontífice adverte: “Com este documento, pretendo salientar que, entre as denominadas ‘causas graves’, inclui-se a negligência dos bispos no exercício das suas funções, particularmente em relação a casos de abuso sexual de menores e de adultos vulneráveis. ”
 
Por fim, o papa Francisco refere-se à necessidade de atuação firme das autoridades católicas para se evitar o “prejuízo físico, moral, espiritual ou patrimonial“. O documento afirma que a Igreja ama todos os seus filhos, mas “cura e protege com um afeto muito particular os pequenos e indefesos“, como crianças ou adultos vulneráveis. 
 
Fica o registro com a ressalva de que não se pode condenar, de antemão, o religioso,  que até agora atendia a comunidade oratoriense. Nestas circunstâncias, fica ainda claro que não pode sobreviver, em tempos 
atuais, o silêncio de autoridades eclesiásticas diante de casos com gravidade similar à da ocorrência desta semana.
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