Em clima de emoção e lágrimas – especialmente por parte do prefeito Guto Malta/PT -, ocorreu, na manhã dessa terça-feira (27/12), no saguão do Gabinete do Prefeito, a prestação de contas da gestão 2013/2016. Ele esteve ao lado de dois secretários, Paulo Roberto dos Santos/Planejamento e Desenvolvimento Econômico e André Luiz Nunes dos Santos/Fazenda, instalando-se, ao final, a sua foto na Galeria de Ex-Prefeitos.
“O maior presente que ganhei, nesta semana, foi o atestado de que não temos, na Justiça, ações cíveis e/ou criminais nem deixamos pendências no Ministério Público”, disse Guto. Ele enalteceu sua gestão, admitiu erros e disse que perdeu a reeleição – entre outros motivos – pela campanha da mídia nacional contra o PT.
O prefeito relacionou os ganhos de sua gestão: menor dívida pública municipal nos últimos 50 anos; conquista do Campus do IFMG; Farmácia Integrada com estoque de medicamentos para 3 meses; gestão eficiente da Cultura e do Esporte permitiu avanço na arrecadação de ICMS; no CVT/Uaitec/UAB, prosseguem cursos digitais gratuitos; todas as escolas municipais foram reformadas e/ou ampliadas; e paga-se o piso nacional do magistério.
UPA e Dmaes – Guto se deteve em considerações sobre a Unidade de Pronto Atendimento/UPA 24 Horas, “com 95% das obras concluídas neste fim de ano. Deixamos equipamentos já comprados pelo Governo Federal e dinheiro municipal para comprar outros”, garante Guto.
Ele aposta numa UPA “resolutiva”, com “central de leitos” encaminhando pacientes para os hospitais e gestão microrregional (atenderá a 15 municípios) e devendo ser completada com a instalação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência/Samu e suas 23 ambulâncias distribuídas pela região.
No caso do Dmaes, Guto garante que o projeto da Estação de Tratamento de Esgoto/ETE deve ser custeado pela Samarco, aguardando-se, por enquanto, a oficialização de Ponte Nova entre os Municípios afetados pela tragédia da Barragem de Fundão.
Segundo ele, a Autarquia investiu em melhoria de sua rede de distribuição e controle de vazamentos, ao ponto de manter em dia o abastecimento de 63 bairros e dez loteamentos, depois de investir quase R$ 5 milhões no Programa de Eficiência e Controle de Perdas. “A perda de água tratada, que era de 53%, caiu para 35%, aproximando-se da média nacional, que é de 25%”, disse ele.
A Administração 2013/2016 deixa 5 novas Unidades de Saúde (duas em fase final de projeto), bem como programas “bem adiantados”, como o da sede do Hemominas e do Centro de Atenção Psicossocial para Dependentes de Álcool e outras Drogas.
A derrota – Guto falou da sua derrota nas urnas: “O cenário era muito ruim para o PT, execrado pela mídia nacional, comprometida com o Estado fascista que se instalou no país. Nem todos são safados ou corruptos e nem só o PT errou, mas este foi alvo de denúncias seletivas.”
Prevaleceu, então, “o voto irracional contra o PT, mesmo que tivéssemos, na reta final da campanha, 75% de aprovação da gestão. Tivemos, sim, as nossas falhas, não resolvemos todos os problemas da cidade e nem pudemos atender as reivindicações salariais do funcionalismo”, declarou ele.
Guto atribuiu parte do cenário da derrota à polarização da campanha com Wagner Mol/PSB (“a quem não farei oposição pessoal”), depois que não “decolaram” as candidaturas de José Luiz/SD e Patrícia Castanheira/Rede. “O fato é que trabalhamos firme, com ética e eficiência, sem boicote dos secretários, dos quais cinco são funcionários municipais de carreira”, resumiu Guto.
Planejamento – Paulo Roberto enfatizou o trabalho para execução de todos os convênios (os “parados” na data da posse de Guto e os novos). Segundo ele, entre 2013 e 2016, “atraímos convênios estaduais e federais totalizando R$ 11,7 milhões, mais R$ 6,7 milhões para a saúde e R$ 1,9 milhão para a Educação (veja quadro na página 5 de nossa edição impressa desta sexta-feira, 30/12).
Conforme o secretário, tanto quanto possível, fornecedores de PN e região se beneficiaram com as compras municipais, que somaram R$ 65 milhões/ano, incluindo a merenda escolar. No entender dele, a alta soma provocou um “boom” na economia, a ponto de o setor imobiliário registrar na Prefeitura dez novos loteamentos.
Fazenda – Segundo André Luiz, priorizou-se a redução da dívida ativa (via pagamento de IPTU e ISS), o que possibilitou crescimento da arrecadação no patamar de 15% ao ano, minimizando bastante os efeitos locais da crise econômica estadual e nacional.
No fechamento de suas contas, André menciona “todos os pagamentos em dia” e acerto da última folha de pagamento, nesta semana, com o total de R$ 5 milhões, sem contar os encargos.
