A delegada de Mulheres, Crianças e Adolescentes, Débora Meneguitte Morais, deve concluir inquérito que apura as circunstâncias da morte de menina de 2 anos e 5 meses, moradora no bairro Bom Pastor. Nessa sexta (9/9), aguardava-se o laudo pericial e da necropsia (este feito no Hospital de Nossa Senhora das Dores).
O Conselho Tutelar acompanhou o caso, e, segundo a conselheira Maia Antônia Ribeiro Felisberto, relatório com parecer da instituição (que também depende do laudo de necropsia) será enviado diretamente ao Ministério Público.
No boletim da Polícia Militar, registrou-se “suspeita de maus-tratos”. Uma fonte desta FOLHA aponta “indícios de negligência familiar”, mas, conforme o delegado Silvério Rocha de Aguiar, que registrou o caso, “somente com os laudos poderemos dizer algo sobre o caso”.
Segundo a ocorrência de equipe do Tático Móvel/PM, funcionários do Hospital Arnaldo Gavazza/HAG acionaram os militares quando, às 16h30, a criança foi levada ao Pronto-Socorro. O pediatra José Luiz Ferreira Mayrink constatou que a criança já chegou ao Hospital em óbito.
A PM registrou relato da Enfermagem/HAG de que a menina tinha ferida nas costas (“escara com odor fétido”) e “úlcera de pressão” (característica de quem fica muito tempo deitado) de cerca de 20cm no lado direito do abdômen, bem como lesões menores nas costas e na cabeça.
Esta FOLHA apurou que a menina tinha insuficiência cardíaca e submeteu-se a cirurgia no coração. Ela estava sem mobilidade nas pernas, havendo atendimento periódico no Hospital São Lucas (anexo à Santa Casa/BH). As viagens ocorriam via Tratamento Fora do Domicílio/TFD, da Secretaria Municipal de Saúde/Semsa.
Na Semsa, a assessora Thiany Silva Oliveira confirmou a assistência municipal à família através do Programa Saúde da Família. “Não podemos divulgar mais nada, porque os dados só podem vir a público com autorização da família”, salientou Thiany.
Na noite de 3/9 (sábado), a mãe, F.O.S., 19 anos, moradora no bairro Bom Pastor, prestou depoimento (não divulgado) na Delegacia/Ponte Nova e foi liberada.
Aos policiais militares, ela disse que em 3/9 deu banho e alimentou adequadamente a menina e, como de costume, movimentava-a na cama, para mudar de posição, conforme determinação médica. E, enquanto foi arrumar a cozinha, deixou-a com seu namorado, F.V.M.D., 29.
De repente – disse ela aos PMs -, F.V.M.D. gritou por socorro, e a avó (nome não mencionado no registro policial) entrou no quarto e iniciou “massagem no peito da criança, por ter notado que ela não respirava”.
“Ela não vinha apresentando nenhuma anormalidade e estava bem até aquela data”, disse a mãe aos PMs, acrescentando que um vizinho providenciou transporte até o Hospital.
Nessa quinta (8/9), o delegado Silvério revelou que sua equipe vistoriou a moradia e a mãe apresentou diversificada documentação médica referente ao tratamento de saúde de sua filha. Os policiais tiveram acesso à medicação, ao leite e aos equipamentos usados nos cuidados.