O cidadão Bruno Eduardo Leite Calderaro/foto esteve na Câmara Municipal em 18/8 para fazer retratação pública relacionada ao prefeito Guto Malta/PT e a Geraldo César Bastos Destro, secretário municipal de Saúde.
“Peço desculpas ao prefeito municipal e ao secretário municipal de Saúde. Não tenho provas de nenhuma das acusações que fiz no plenário da Câmara no dia 18/06/2015 e veiculadas na Imprensa local, razão pela qual reconheço que as acusações foram infundadas. Esclareço que estava nervoso e que meu objetivo era tentar resolver um problema de saúde do meu filho Gabriel”, disse Bruno.
Ocorre que, depois das acusações relativas à suposta falta de assistência municipal para tratamento de saúde do filho de Bruno em São Paulo/SP, Guto e Geraldo interpelaram o acusador para ratificar as denúncias na 1ª Vara Criminal e da Infância e Juventude/PN, sob pena de ser processado. Com isso, em 30/3, no Fórum/PN, Bruno retificou o discurso feito na Câmara e se comprometeu em se retratar para não ser processado.
Editou-se, então, Termo de Audiência que, por requerimento da juíza Dayse Mara Silveira Baltazar e do promotor de Justiça Henrique Kleinhappel Andrade, saiu publicado na página 5 da edição de 8/4 desta FOLHA. Em 4/4, o termo foi lido no plenário do Legislativo.
Bruno se comprometeu, na Justiça, a efetuar a retratação antes do período eleitoral. Ele se inscreveu na Tribuna em 12/5, porém não pôde comparecer por motivos pessoais. Com isso, só em 18/8 Bruno discursou e ao final ouviu comentários de alguns vereadores.
Entenda o caso
Acontece que ainda em 18/6/2015, Bruno usou a Câmara para comentar a situação de saúde de seu filho, nascido com toxoplasmose e que em 2007, após cirurgia para controle de crises de epilepsia, passou a integrar projeto de reabilitação e recuperação junto a equipes médicas dos Hospitais Beneficência Portuguesa e das Clínicas, em São Paulo/SP.
Falando perante os vereadores, Bruno criticou a Secretaria Municipal de Saúde/Semsa, que, apesar de decisão judicial, “suspendeu o tratamento alegando orçamento pequeno e baixa receita”. Bruno havia conseguido o direito de transporte de ida e volta no percurso Ponte Nova-São Paulo, além de aquisição do medicamento Canabidiol (substância química encontrada na maconha que, segundo estudos, tem utilidade médica).
Em 20/8/2015, Geraldo Destro, após requerimento da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, usou a Câmara para esclarecer o caso.
Na ocasião, Geraldo disse o seguinte: “Em nenhum momento entramos na questão de tratamento de saúde (…). Somente a forma de prestação de contas é que estava gerando dúvidas”, ponderando, ainda, que tal fato poderia gerar questionamentos pelo Tribunal de Contas do Estado/TCE.
O secretário acrescentou: “A partir do momento que detectamos os problemas, disponibilizamos veículo da Secretaria de Saúde. São veículos novos, que levam vários pacientes para tratamento fora do domicílio. O usuário, porém, não quis o veículo disponibilizado, alegando, entre outras coisas, falta de conforto.”
Após o seu depoimento em18/8, Bruno recebeu a solidariedade de diversos vereadores. Ele reiterou que seu filho “continua sem ir para São Paulo, tem um ano que o tratamento do meu filho foi interrompido”. Anderson Azevedo/PTB e Valéria Alvarenga/PSDB ratificaram suas críticas à Administração Municipal e, especialmente, ao Setor de Saúde.