Policiais militares de Viçosa e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público/MP, prenderam na manhã de 9/8 (terça-feira), em Viçosa, a gerente da Associação de Assistência às Pessoas com Câncer (Aapec), em Viçosa, Aline Moreira Lourenço, 30 anos.
Segundo o jornal Folha da Mata, a ação policial ocorreu por volta das 6h, na casa dela, no bairro Juscelino Kubitschek, onde foram apreendidos telefone celular, notebook e o Toyota Corolla PVS-7655. Na sede da entidade, situada na rua Dr. Brito, 429 – Centro, os policiais cumpriram mandado de busca e apreenderam caixas de arquivos e computadores, além de papéis e documentos.
A acusação – que em 9/8 motivou a “Operação Carcinoma” – tem a ver com desvio de dinheiro na entidade. A notícia repercutiu em Ponte Nova, onde não são poucos os cidadãos quer contribuem regularmente para a entidade, pagando mensalidade diretamente a um cobrador.
Apesar das prisões decorrentes da Operação, o promotor de Justiça Bruno Schiavo afirmou, pela Imprensa estadual, que as atividades da Aapec não serão interrompidas e a Justiça nomeará novo administrador para a instituição.
"O administrador judicial vai definir como continuará o exercício das atividades da entidade em todos os municípios. Ainda é muito prematuro dizer como isso ocorrerá, mas a intenção é de que todos os doentes continuem a ser tratados pela Associação. E, a partir de agora, queremos que as coisas voltem ao seu curso normal, terminando esses desvios ilícitos, para que as pessoas que necessitam possam ser os únicos a usufruírem desse dinheiro arrecadado", disse o promotor.
Segundo a Imprensa estadual, a Justiça de Ipatinga teve apoio da Justiça de Viçosa na expedição de mandados de prisão, busca e apreensão. Aline foi conduzida ao Presídio de Ipatinga. A primeira fase da Operação, deflagrada ainda naquela terça-feira, em Ipatinga, repercutiu na Imprensa estadual e contou com apoio de 76 policiais militares e civis. Simultaneamente, houve prisões de dirigentes da Aapec em Ipatinga, Coronel Fabriciano, Santana do Paraíso, Belo Horizonte e Governador Valadares.
O Ministério Público Estadual investigou esquema criminoso em que os administradores da Aapec, que tem sede em Ipatinga, ludibriavam as pessoas e entidades com pedidos de ajuda financeira espontânea via telefone. O dinheiro também era conseguido através de débito autorizado em contas telefônicas, só que ele nunca chegava às pessoas que realmente precisavam de assistência para tratamento médico.
Investigações do Gaeco indicam que as doações da população para ajudar pessoas com câncer eram desviadas para enriquecimento e vida de ostentação, com carros de luxo e motos esportivas, levada pelo casal administrador de fato da Aapec. Eles ainda residiam num imóvel de propriedade da Aapec, em bairro nobre da cidade de Ipatinga, sendo que a própria Associação dependia de imóvel alugado para funcionar.
Segundo a apuração, a Associação ainda é responsável por arcar com despesas de alimentação, construções, viagens, festas, “fitness” e outros luxos e despesas pessoais de seus dirigentes investigados, valendo-se da solidariedade e sensibilidade da população.