Uma adolescente de 15 anos, moradora em Jequeri, morreu na noite dessa terça-feira, 28/6, no Hospital Arnaldo Gavazza. Ela estava internada desde 29/5, pois recebeu tiro na cabeça numa complexa ocorrência na estrada de acesso à comunidade jequeriense de Piscamba.
Com base nos depoimentos, investigações e reconstituição do crime, o delegado Mauro Ricardo concluiu o inquérito em 12/6 e, perante a Justiça Criminal, indiciou – por tentativa de morte (agora, homicídio consumado) e estupro – Ravem Jhonatan de Paula Carvalho, 21, de Piscamba, e Bruno Antônio de Oliveira Lima, 22, morador no Centro de Jequeri.
Conforme esta FOLHA divulgou, a Polícia Militar registrou o caso em que a menor e uma amiga (L.S.P.) vieram de carona no carro de Ravem – onde já estavam o menor e Bruno – para beber num bar do bairro de Fátima/PN, ainda no fim da noite de 28/5.
No início da madrugada de 29/5, na volta para Jequeri, Ravem teria desviado o carro na MG-265, perto de Piscamba, parando na estrada de acesso ao Sítio Goiabeira.
Nesse local, L.S.P. teria sido agredida (tentativa de estrangulamento) até desmaiar, enquanto a adolescente foi levada para trecho a certa distância do carro, onde teria sido vítima de estupro e ainda baleada, o que foi registrado pelo delegado, a despeito da ausência de laudo pericial. O crime foi reconstituído (foto) em 6/6.
Como esta FOLHA divulgou, L.S.P. e a menor (esta com "sintomas de embriaguez", como registrou a PM) chegaram na manhã de 29/5 à Policlínica de Jequeri com diversos ferimentos alegando que tinham sido atropeladas por veículo não identificado.
O curioso é que, somente quando a menor retornou mais tarde àquela Unidade de Saúde "bastante transtornada", verificou-se que ela tinha ferimento à bala na cabeça, havendo então sua transferência para o HAG.
A esta FOLHA, o advogado Fabrísio Ubaldo Pereira ratificou, nesta semana, a versão da inocência de Ravem e Bruno. Este ganhou liberdade judicial provisória em 20/6, enquanto tramita recurso da revogação da prisão de Ravem. Um 3º envolvido, um adolescente de 17 anos, ficou acautelado somente nas 48 horas seguintes ao crime.
Na semana seguinte ao crime, Fabrísio mencionou divergências nos depoimentos apresentados por L.S.P. e o adolescente. "Houve atendimento médico da menor pela manhã de 29/5, e só à noite ela retornou à Unidade de Saúde com um tiro na cabeça", disse ele.
"Vamos apresentar, na nossa defesa, este conflito de informações. Além do mais, sabemos que L.S.P. e a menor têm registros policiais por brigas, furtos, roubos e ameaça. Já Bruno e Ravem não possuem antecedentes criminais", concluiu Fabrísio.