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Remanescentes de quilombos em Ponte Nova, Barra Longa e Mariana

A Fundação Palmares homologa títulos para comunidades de Nogueira/Ponte Nova, Volta da Capela, Barretos/ambas em Barra Longa e Campinas/Mariana.
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Manifesto dos Bancários em Defesa da Democracia

Neste 1º de Maio, os trabalhadores brasileiros não têm muito o que comemorar. Nós, Bancários, tornamos pública nossa preocupação com o atual momento político brasileiro. Vivemos o momento mais grave da história do país, desde a redemocratização. A classe trabalhadora está sob ataque e corre sérios riscos de perder direitos conquistados a duras penas. Constatamos um cenário de aprofundamento de conflitos sociais, políticos e econômicos.

Entendemos, porém, que justamente nos momentos de maior turbulência devemos nos apoiar nas conquistas cívicas para assegurar o Estado democrático de direito. Nossa sociedade lutou durante muitos anos por um regime democrático e para se ver livre de práticas autoritárias. Hoje assistimos a uma tentativa de destituição de um governo eleito pela maioria do povo brasileiro, articulada por aqueles que não se conformam com a derrota nas urnas e que, com o apoio da grande mídia, buscam inviabilizar o país e ferir frontalmente a nossa democracia. Manipulam a opinião pública e tentam legitimar um discurso totalitário e de exceção, principalmente por meio de uma rede de comunicação, cuja história se confunde com o próprio Golpe Militar de 1964.

A quem interessa o processo de reformulação da pirâmide social pelo qual tem passado o país? Seguramente não àqueles que defendem o impeachment. Não se tira um governo apenas por discordar-se dele. Esta é uma prerrogativa do povo brasileiro, e não de 400 deputados. Cabe ao povo, através de um processo eleitoral transparente, julgar, no tempo certo, por meio do voto, as ações de seus governantes. Este é o maior princípio da nossa democracia, que agora está sendo arranhado.

A pressa em acelerar o processo de convulsão social se explica pelo fato de que a farsa dantesca que ora se apresenta não resistiria a mais alguns meses de exposição. Querem nos convencer que uma operação policial é a salvação da República. Não é. Defendemos que, se há políticos envolvidos em esquemas de corrupção, que sejam devidamente investigados, julgados indistintamente e, se condenados, cumpram suas penas. Mas o que vemos são investigações seletivas e julgamentos midiáticos num processo que atenta contra a lei e corre à revelia da vontade popular.

Se por um lado parte da população se manifesta a favor da derrubada do governo, reproduzindo um texto escrito pela oposição e ditado por um telejornal, por outro, há uma parcela ainda maior contrária à tentativa de golpe. Mas, lamentavelmente, a cobertura da grande mídia distorce as informações, e os milhares de cidadãos e cidadãs, os incontáveis grupos sociais representados na multidão que foram e vão às ruas expressar seu apoio à democracia não passam de simples simpatizantes do governo.

E, para adensar a trama, disseminam-se o ódio e a intolerância às diferenças de pensamento, de gênero, de etnia, de condição social, principalmente. Rotulam-se os posicionamentos como sendo superior e inferior, lançando mão de estratégias nazistas, dividindo a nação, como se não fôssemos todos brasileiros.

Estamos prestes a passar uma vergonha mundial com a instauração de um processo de impeachment contra uma presidente que não cometeu qualquer ato ilícito que a incrimine, mas, em contrapartida, tem no comando um réu sobre o qual recaem denúncias e provas de evasão de divisas, lavagem de direito, bem como desmandos na presidência da Câmara para favorecimento pessoal, entre outros crimes. Um acinte ao povo brasileiro! Um abismo na nossa história.

Por estas razões, firmamos nosso compromisso com a democracia e dizemos não a qualquer forma de violação às regras vigentes. O Golpe de 1964 já causou à nossa sociedade um atraso de quase 50 anos. Nós optamos pela liberdade. Nós optamos por um país livre de salvadores da pátria. Nós dizemos não aos corruptos e aos fundamentalistas que invadem a política brasileira.

Os Bancários jamais se calarão diante das injustiças e das tentativas de nos tirarem o que de mais precioso conquistamos – a nossa capacidade de pensar criticamente e de agir com liberdade. É por isso que fazemos, portanto, um chamado a todos os trabalhadores para que saiam às ruas e se manifestem nas redes sociais para derrotar esse golpe, que não é somente contra um governo legitimamente eleito.

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