Pelo menos 50 servidores municipais permaneceram por cerca de uma hora diante da Prefeitura/PN, no fim da tarde de ontem, 10/3, reivindicando negociação salarial ao protestar contra o “reajuste zero” determinado pelo prefeito Guto Malta/PT. Ele não estava na sede da Administração Municipal (chegou à noite de viagem a BH), mas foi hostilizado com palavras de ordem e através de discursos.
Os manifestantes portavam faixas e cartazes e promoveram apitaço. O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos, Geraldo Jannus, repetiu parte do depoimento feito dias antes, na Câmara/PN, arriscando a possibilidade de greve no fim do mês, caso as negociações não evoluam. Houve leitura de oficio da secretária de Gestão e Recursos Humanos, Cláudia Lima, presidente da Mesa Permanente de Negociação Salarial/MPNS (leia noutra notícia deste site).
Márcia Gomides, professora e integrante da MPNS, disse a esta FOLHA: “Isso [o reajuste zero] nunca aconteceu na história dos servidores públicos, ficamos estarrecidos com a situação. Estávamos dispostos a negociar, mas eles foram taxativos em negar a correção salarial. Estamos indignados porque ele (o prefeito) não quis negociar. Aliás, ele nem compareceu à Mesa de Negociação. Isso mostra o tanto de respeito que ele tem por nós.”
Esta FOLHA também ouviu outros manifestantes/funcionários públicos que reivindicam seus direitos. Lúcia Soares e Maria Moreira pedem que o reajuste, pelo menos, acompanhe a inflação. “Não queremos aumento de salário, queremos só o reajuste”, disse Leda Maria do Carmo.
A seguir, resumo dos pronunciamentos de convidados pela entidade sindical:
– Gilberto Santana, ex-secretário municipal de Educação: “Nunca me esqueci na campanha de Guto Malta que o tema foi ‘cuidar de pessoas’. O mínimo que se espera é que repasse aquilo que foi definido pelo Governo Federal, ou seja, o mínimo de 12%. Nós somos pessoas, queremos cuidado e respeito.”
– Vereador Leo Moreira: “As reivindicações são necessárias. Anunciam reajuste zero para a grande maioria dos servidores, e alguns recebem salários abusivos. São os advogados, administradores, puxa-sacos que estão aí trabalhando para o prefeito.”
– Vereadora Valéria Alvarenga/PSDB: “A manifestação é um ato de democracia e precisa ser feita de forma pacífica. A Prefeitura precisa cortar gastos, mas não deixar de promover o reajuste salarial. A Prefeitura precisa parar de alugar imóveis caros e deixar prédios públicos fechados.”
– Wagner Mol, enfermeiro municipal e ex-presidente da Câmara: “O servidor não pode pagar pela falta de condição administrativa do Executivo. Além de não ter reajuste, muitos direitos foram, ao longo de três anos, retirados dos servidores."
