Nessa quinta-feira, 7/1, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais/Fapemig lançou os quatro primeiros editais de 2016. Ao todo, são mais de R$ 37 milhões para investimento em projetos de pesquisa de várias áreas do conhecimento. Entre as propostas, está a chamada para financiar projetos de pesquisa visando à geração e desenvolvimento de tecnologias necessárias para recuperação das áreas afetadas pelo rompimento da barragem em Bento Rodrigues.
As propostas relacionadas a esta chamada devem ser direcionadas de acordo com quatro linhas temáticas: recuperação do solo; recuperação da água; recuperação da biodiversidade; e tecnologias sociais. As linhas foram definidas após debates com pesquisadores de diferentes áreas que, durante workshop realizado no início de dezembro, apresentaram sugestões e demandas que atenderiam com maior eficácia a área impactada.
Para o diretor de Ciência,Tecnologia e Inovação da Fapemig, Paulo Sérgio Lacerda Beirão, a hora é de buscar parcerias e somar esforços. “Convidamos a comunidade científica a discutir o problema e a propor soluções, porque sabemos que essa não será uma ação isolada e temporária. No momento, o que precisamos é de congregar a inteligência dos nossos pesquisadores para adicionar conhecimento e criatividade na busca por tecnologias para a recuperação da Bacia do Rio Doce”, explica o diretor.
Ao todo, serão destinados R$4 milhões para esta chamada, sendo que cada proposta deverá ser de, no máximo, R$ 200 mil. O prazo de execução dos projetos contratados é de até 24 meses. As propostas podem ser submetidas até 7 de março de 2016. Esta chamada traz uma novidade: o que se espera são produtos e tecnologias que busquem soluções para problemas que atingem as regiões afetadas. Alternativas que ajudem a utilizar a lama do local, mecanismos que auxiliem na despoluição da água ou tecnologias que contribuam para a qualidade de vida da população são alguns exemplos. A chamada prevê que, a cada seis meses, os pesquisadores forneçam relatórios de acompanhamento para verificar os avanços das iniciativas.
Outra novidade em relação à recuperação da Bacia do Rio Doce é a assinatura de um Memorando de Entendimento entre a FAPEMIG e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Espírito Santo (FAPES). O documento tem o objetivo de fortalecer ações conjuntas que proponham minimizar os impactos da tragédia nos dois estados e deverá resultar em uma nova chamada de projetos em redes de colaboração entre pesquisadores de diferentes especialidades, para o enfrentamento abrangente dos problemas causados pelo desastre.