Falando em 4/12 Na Tribuna Livre da Câmara, a presidente do Diretório/PN do PDT, Sílvia Lana Medeiros, ratificou sua proposta – divulgada há dois meses nesta FOLHA – de redução de 50% nos subsídios dos vereadores, do prefeito e do vice-prefeito. Ela divulgou abaixo-assinado, a ser protocolado posteriormente, para reforçar a procedência de sua cobrança e alegou que a crise econômica nacional justifica remuneração menor para os agentes políticos.
Sílvia mencionou casos de municípios de diversas regiões do Brasil onde, por pressão da população ou iniciativa das autoridades locais, houve redução dos vencimentos. No entender dela, a proposta vale para Ponte Nova, porque, no caso dos vereadores, por exemplo, eles não exercem as funções com exclusividade e continuam com suas profissões mantidas antes da eleição, sendo que alguns ainda recebem o benefício da aposentadoria.
Wellington Neim/PMDB rebateu informando que a Câmara/PN está entre as mais econômicas de Minas e questionou qual seria a proposta de uso dos R$ 400 mil/ano que seriam estornados do caixa da Câmara para o orçamento municipal. Valéria Alvarenga/PSDB acrescentou que a remuneração dos vereadores de PN está abaixo do previsto em lei (40% do vencimento – R$ 17.165,33/mês – de cada deputado estadual), pois é de aproximadamente R$ 5 mil (ou 29% da remuneração dos deputados).
Lamentando a pouca participação popular na rotina política, Leo Moreira/PSB ponderou que, de fato, “não dá para fechar os olhos para a crise, mas o momento pede que se reconheça o papel do vereador, pois ele tem contato realmente com a população, está na comunidade, ouve e reivindica perante deputado e apresenta projetos de lei”. Ao considerar que são “exorbitantes” os valores recebidos por deputados, Leo considerou “simplista” a proposta de Sílvia “ao não analisar os salários do funcionalismo como um todo”.
No segundo pronunciamento da Tribuna Livre, o empresário Adilson Bombassaro (ex-presidente da Associação Comercial/PN) elogiou as ações da Câmara, rechaçando a posição de quem “pensa o Brasil ao contrário. Ao invés de focarmos em subsídios que são justos e não exorbitantes, devemos focar nos baixos salários dos professores, policiais, pessoal do comércio e da indústria”.
Ele defendeu a gestão da Câmara/PN, “cuja transparência serve de modelo para o país, pois não paga verba de representação, os vereadores não têm assessores, gabinete, veículo, telefone, e as diárias [de viagens] são de R$ 80,00”, apontou ele, No entender dele, os vereadores “fazem jus ao seu salário, pois precisam se deslocar o tempo todo em busca de recursos para o município”.
Em seu Facebook, já no dia seguinte, Sílvia registrou sua indignação pelo fato de aguardar desde setembro para ter espaço na Tribuna Livre, enquanto Bombassaro, inscrito em data recente, teve acesso para defender a remuneração dos vereadores. Ela disse que seguirá em sua campanha e convoca a comunidade a “resistir aos novos aumentos”, caso não se viabilize a proposta de redução dos vencimentos dos agentes políticos. “Somos os patrões dos edis e podemos admiti-los e demiti-los: eles não poderão aumentar salários sem aprovação do povo”, concluiu ela.