As barragens de Fundão e Santarém, da mineradora Samarco, liberaram, ao todo, 62 milhões de metros cúbicos de água e rejeitos de mineração no rompimento dessa quinta-feira (5/11), em Mariana. A de Santarém estava no limite da sua capacidade, 7 milhões de metros cúbicos. A de Fundão estava com 55 milhões de metros cúbicos dos 60 milhões de metros cúbicos da capacidade total.
A informação é da própria Samarco e explica como a lama chegou rápido – e com muitos estragos – na parte baixa de Barra Longa (a 60km de Mariana) e em regiões rurais de Rio Doce. O rio do Carmo subiu 5 metros em trecho barralonguense.
Segundo o chefe de Gabinete da Prefeitura barralonguense, Germano Vieira, a cidade fica a 60km de distância de Mariana e começou a receber os detritos por volta da meia-noite de sexta (6/11). "A lama fede muito. Nós estamos numa situação crítica aqui. A estação de tratamento de água potável foi atingida, e estamos sem água", afirmou Vieira à Imprensa estadual.
Regiões rurais de Barra Longa e a parte baixa da cidade foram afetadas pela lama, que cobriu ruas e invadiu casas. Hoje, segunda-feira, 9/11, continuava o serviço de limpeza de casas, lojas e espaços públicos. Na cidade, ao menos 80 famílias precisaram sair de suas casas. No campo, caíram pelo menos três pontes sobre o rio do Carmo. Danificou-se outra, maior, que era um dos meios de acesso à cidade.
“A gente já esperava isso [o estrago geral, depois do anúncio do ‘tisunami’ de lama vindo de Mariana] . Teve gente que perdeu casas nas comunidades de Gesteira e Barretos, a 16km e 22km do Centro de Barra Longa, respectivamente”, disse ele aos jornais de BH.