A crise hídrica nacional e o baixo nível de água no rio Piranga começam a provocar transtornos em comunidades pontenovenses. Na Câmara, nessa terça-feira, 13/10, vereadores fizeram diversos relatos de desabastecimento em regiões de Ponte Nova.
Rubinho Tavares/PSDB citou as minas que secaram no Ribeirão Mata Cães e sugeriu parceria com o Departamento Municipal de Água, Esgoto e Saneamento/Dmaes para abastecer moradias daquela localidade com uso de caminhões-pipa.
Para o presidente José Mauro Raimundi/PP, a Administração Municipal deve buscar alternativas, como a cidade de Extrema/Sul de Minas, que apostou incisivamente na proteção das nascentes e ganhou fama com o "Programa Conservador das Águas”, premiado pela ONU.
O que incomoda Valéria Alvarenga/PSDB é o plantio intenso de eucalipto. Para ela, isso pode ter contribuído para secar algumas minas da cidade, a exemplo daquela antiga do bairro Rasa, perto do Anel Rodoviário. Ela informou que redige – com apoio do assessor legislativo Afonso Mauro Pinho Ribeiro (Tim) – projeto de lei para controle da área reservada aos eucaliptais.
Antônio Carlos Pracatá/PSD ressaltou que, além de grandes áreas de eucalipto, o município sofre com as queimadas (na foto de 13/10, chamas na mata acima do Hospital de Nossa Senhora das Dores/HNSD, no Centro/PN) . Para o vereador, a perfuração de poços artesianos, “medida adotada por muitos produtores", pode prejudicar os lençóis freáticos (depósitos de água subterrânea).
A esta FOLHA, o Departamento Municipal de Água, Esgoto e Saneamento/Dmaes informou que vem atuando, desde o final de 2013, no combate ao desperdício de água tratada através do Programa de Controle e Redução de Perdas e Eficiência Energética.
"Com a iniciativa, foi possível reduzir de 200 litros/segundo para 150 litros/segundo a quantidade de água captada no rio Piranga”, afirmou a Autarquia. Esta se comprometeu a enviar equipe para visitar Ribeirão Mata Cães, “mesmo sem a Autarquia ter compromisso de prestar serviços à área rural”.
Lamentando a não aprovação de projeto que previa implantação de barraginhas – e outras ações ambientais preventivas – na Serra dos Pinheiros, Patrícia Castanheira/Rede explicou que a reprovação ocorreu "por falta de documento que não ficou explícito no edital. Mas eu pretendo retomar o projeto em breve".