Centenas de pessoas, entre professores do 1o período da Educação Infantil ao 5o ano do Ensino Fundamental, diretores e especialistas da Rede Municipal de Ensino, estiveram na Sede Social do Esporte Clube Palmeirense, na tarde dessa sexta-feira (17/7), para participar de evento promovido pelo Centro de Atendimento Educacional Especializado de Ponte Nova (Caedes), da Secretaria Municipal de Educação (Semed). Na ocasião, o psicólogo Douglas de Araújo Vilhena ministrou a palestra “Alfabetização Eficiente à Luz da Neurociência e Psicologia Cognitiva”.
O palestrante é mestre em Psicologia do Desenvolvimento Humano, coordenador do Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurovisão do Hospital de Olhos da Universidade Federal de Minas Gerais e pesquisador no Laboratório de Processos Cognitivos da UFMG. Um dos organizadores do Fórum Mundial de Dislexia, ele divagou sobre este transtorno da linguagem escrita e a Síndrome de Irlen, que tem natureza neurovisual, entre outros transtornos ligados à linguagem oral.
Douglas defendeu a implantação de sistema eficiente de alfabetização, tendo a consciência fonológica como pré-requisito para se mediar a capacidade do estudante para a linguagem escrita e oral. “É preciso mostrar aos educadores que existem transtornos diferentes e que cada um exige intervenção pedagógica distinta. E que há sistemas mais eficientes de alfabetização”, alertou.
Ele citou como exemplo a alfabetização explícita fonêmica, que se contrapõe ao sistema global, pois parte de unidades menores de linguagem e vai complexificando progressivamente. O psicólogo ainda falou do processamento cognitivo da linguagem, que é quando as linguagens oral e escrita são processadas no cérebro, e como a compreensão dos seus subsistemas é essencial: “O objetivo da palestra é aprimorar o ensino de crianças com dificuldades de aprendizagem e, consequentemente, melhorar os índices educacionais locais.”
A coordenadora do Caedes, Maria Luíza de Castro, disse que a palestra contribuiu para “aumentar a bagagem” dos profissionais de educação a fim de melhorar suas práticas no ambiente escolar. Já a assessora da Semed Magna Dias mencionou que a educação inclusiva passa primeiramente pelo acolhimento, “de coração aberto”, de alunos com transtornos e, depois, pela capacitação dos profissionais.
