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O presidente da República recebeu documento com denúncia de violações dos direitos das comunidades tradicionais afetadas pela lama de Fundão.
InícioCIDADECrise hídrica pode afetar ponte Nova

Crise hídrica pode afetar ponte Nova

A crise hídrica que atinge Minas Gerais fez disparar o alarme no primeiro rio do Estado – o Piranga, principal manancial de uma bacia que abastece 77 municípios, a maioria na Zona da Mata Norte, e um dos dois formadores do rio Doce, um dos principais do Estado.
 
Conforme reportagem de 4/7 do jornal “Estado de Minas/EM”, desde que o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) começou a monitorar os dados de vazão, com publicações em sua página na internet, ainda em 19/5 o Piranga foi o primeiro a ser classificado como de “estado de alerta”, ratificado em publicação de 18/6. Em 2/7, a vazão medida em Ponte Nova não ultrapassou o valor mínimo dos últimos 10 anos (medido em sete dias consecutivos), indicando “iminência de restrições de consumo”.
 
O rio Piranga tem, segundo o Igam e a reportagem do EM, vazão de 27,42 metros cúbicos por segundo. Os municípios afetados com estiagem no Piranga e seus afluentes interferem diretamente no abastecimento de Ponte Nova, Diogo de Vasconcelos, Acaiaca, Guaraciaba, Rio Doce, Santa Cruz do Escalvado, Amparo do Serra e Oratórios. Chegando ao estado de restrição, haveria necessidade de corte de 20% da captação de água para consumo humano.
 
Segundo o EM, a redução pode ser mais crítica para os demais municípios, já que o diretor do Departamento Municipal de Água, Esgoto e Saneamento de Ponte Nova, Guilherme Resende Tavares, diz que a Autarquia municipal já pratica redução de 25% na captação para atender população de 57 mil habitantes.
 
“Fizemos investimento de quase R$ 5 milhões em melhorias na nossa rede, que significaram redução de perdas, em 16 meses, de 52% para 33% e continuamos monitorando. Da mesma forma, estamos batendo forte na questão da economia junto à população”, afirma ele ao diário de BH. O resultado, segundo ele, é que a captação de 200 litros por segundo para abastecer os habitantes da cidade já caiu para 150 litros por segundo sem prejudicar o fornecimento.
 
Para medir o efeito da crise no Piranga – o qual recebe 100% do esgoto da população -, uma régua posicionada num ponto da calha do rio mostra o nível da água abaixo da menor marcação, que é de 50 centímetros. As rochas do fundo do leito estão expostas, da mesma forma que toda a base de alvenaria de uma das pontes que transpõem o curso d’água.
 
“O normal de ver esse rio é na marca de 150 (1 metro e 50 centímetros). Hoje está dando para atravessar a pé. Moro em Ponte Nova há 15 anos, e é a pior situação desde que estou aqui”, diz o vigilante Geraldo Aleixo da Silva, 58 anos, à reportagem do EM. 
 
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piranga, Carlos Eduardo Silva, disse ao  jornal de BH que, desde 2012, quem usa a água do manancial paga pela captação, o que rende de R$ 6 milhões a R$ 7 milhões por ano.
 
Segundo Eduardo, o valor é revertido em benfeitorias para a bacia. “Dos 77 municípios, 52 foram escolhidos para que desenvolvessem Plano Municipal de Saneamento, que é uma regra federal, e 30 já fecharam seus planos com esses recursos. Agora, estamos discutindo a contratação de empresa para trabalhar num programa de recuperação de nascentes e matas nativas ao longo da bacia”, disse durante reunião bimestral do Comitê, na última quinta-feira, em Ponte Nova.
 
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