As Secretarias Municipais de Cultura e Turismo/Semct e de Educação/Semed uniram-se, ao Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial/Compir, para promover em 18/11, no Espaço Multiuso da Câmara Municipal, o I Seminário de Promoção da Igualdade Racial. O evento integra a programação das comemorações da Semana da Consciência Negra.
Presidente do Compir, Jaime Augusto dos Anjos fez o primeiro pronunciamento, destacando que é errônea a crença de que o Brasil é um paraíso racial. Sob a égide da suposta igualdade entre as raças, surgiu o mito da democracia racial, que distorce nossa compreensão. Mas essa falsa ideia está sendo superada com o avanço dos debates, a promoção de ações coletivas das minorias, o empoderamento de espaços privilegiados de discussão e a consciência dos direitos, pontuou ele.
Já o prefeito Guto Malta/PT ressaltou que o racismo e o preconceito não são inatos, e sim incorporados ao longo da vida. Novos paradigmas devem ser construídos no interior das escolas, uma vez que somente a educação pode combater o preconceito e a exclusão. É preciso despertar a consciência dos alunos para o fato de que o Brasil só é esse país porque teve e tem a contribuição dos negros, com seu papel ativo, suas constantes lutas e sua ocupação das ruas e dos espaços sociais.
Também participaram da mesa de autoridades a secretária da Semed, Vanice Lourenço, que anunciou a inclusão, em 2015, da temática Cultura Afro-Brasileira na parte diferenciada do plano curricular da EM Nossa Senhora de Fátima, localizada em área remanescente de quilombo. O dirigente da Semct, Emerson de Paula, enfatizou que se trata de grande avanço a realização da primeira edição do seminário, que, segundo acredita, deve continuar nas próximas gestões.
Na parte artística, Efigênia da Gama Catarino entoou o Canto das Três Raças, de Clara Nunes. Rosa Margarida de Carvalho Rocha, escritora e especialista em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros, falou sobre a lei que estabelece a inclusão, no currículo escolar, da temática História e Cultura Afro-Brasileira.
De acordo com ela, para que a lei seja efetivamente implantada, deve haver: maior visibilidade do papel desempenhado pelo negro no desenvolvimento do Brasil e de todos os grupos sociais formadores do povo brasileiro; colocação, em nível de igualdade, das informações sobre todos os continentes e culturas mundiais; construção de novo paradigma educacional de valorização da diversidade e do respeito às diferenças; contribuição para a construção da memória social do país; e revisitação da história do Brasil.
Na parte da tarde, houve palestra com a educadora Euzelina Dóris, que é cantora, pesquisadora de samba e idealizadora do projeto Cantando e Contando a História do Samba.