Já na primeira rodada de negociações da Campanha Nacional dos Bancários de 2014, neste 20/8, em São Paulo, os bancos frustraram o debate sobre saúde e condições de trabalho, principalmente sobre os temas referentes às metas abusivas e ao assédio moral. A informação do Movimento Sindical, reproduzida em 22/8 no site do Sindicato dos Bancários de Ponte Nova e Região.
As reivindicações discutidas nesta primeira reunião estão entre as prioridades da Campanha Nacional. Todas as consultas que foram feitas com os bancários apontam que as metas abusivas e o assédio moral estão entre os piores problemas que os funcionários enfrentam no banco. Os bancários formam uma das categorias que mais adoecem física e psicologicamente no Brasil e isso é culpa das instituições financeiras.
Os sindicatos apresentaram aos representantes dos bancos os números do INSS mostrando que 18.671 bancários doentes foram afastados do trabalho em 2013, o que representa um crescimento de 41% em relação aos últimos cinco anos. E as doenças mentais já superam os casos de LER/Dort (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Do total de auxílios-doença acidentários registrados pelo INSS no ano passado, 52,7% tiveram como causas principais os transtornos mentais e do sistema nervoso.
Isso significa dizer que, de cada dez bancários doentes, cinco são por depressão. Ao comparar os dados de 2009 até 2013, os casos de doenças do sistema nervoso e transtornos mentais e comportamentais cresceram 64,28%, saltando de 3.466 para 5.694.
Os representantes dos bancários disseram para a Fenaban que as metas fazem parte da organização do trabalho e que, pelas convenções da OIT, o trabalhador tem o direito de discuti-las, uma vez que geram impacto na saúde. Os negociadores dos bancos responderam que a definição de metas faz parte da gestão de cada empresa, não cabendo interferência dos trabalhadores.
O Movimento Sindical, retrucou, afirmando que a gestão não é um problema só dos bancos, porque o modelo que escolhem e implementam está adoecendo o bancário. Gestão não pode ser apenas para remunerar os acionistas. Tem que olhar o impacto que traz à saúde do trabalhador.
O debate sobre metas abusivas e assédio moral continuará após o próximo dia 25, quando ocorrerá uma reunião do Grupo de Trabalho sobre Adoecimentos, onde os bancos ficaram de apresentar dados sobre os afastamentos por doenças (veja o calendário no final da matéria).
O Movimento Sindical defendeu também a isonomia de tratamento e de direitos para os bancários afastados do trabalho por acidente de trabalho e motivo de saúde. Hoje quem se afasta possui menos direitos, como apenas seis meses de cesta-alimentação e suspensão do pagamento da PLR.
Calendário de negociações – Ficou também definido o calendário das próximas negociações com os bancos.
27 e 28 de agosto: Igualdade de Oportunidades e Segurança Bancária
3 e 4 de setembro: Emprego e Remuneração (PCS e piso)
10 e 11 de setembro: Remuneração (índice, PLR e auxílios).
Foto bancários ita 22/8 internet