Na edição de mais uma Semana da Consciência Negra, deparamo-nos com manifestações de valorização da cultura afrodescendente – a começar pela expressão do Grupo Afro Ganga Zumba e do Grupo Senzala de Capoeira e denúncia do racismo estrutural, que se consolidou ao longo da história do Brasil.
Vislumbramos ainda o rico debate do Fórum pela Promoção da Igualdade Racial/Foppir, com o desafio de encarar o racismo alimentar, que historicamente vitima o povo preto e motiva crescente mobilização pela inclusão socio-econômica desta significativa parcela de nossa população. Aguardemos, pois, as propostas da Carta do 13º Foppir.
Na semana em que a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, pediu perdão ao povo negro pela atuação da entidade durante a escravidão, o presidente da Câmara/PN, Wellerson Mayrink/PSB, foi enfático ao condenar a desigualdade:
“Esta é uma ocasião para honrar a riqueza cultural, a história e as contribuições dos afrodescendentes à nossa sociedade, mas acima de tudo devemos lembrar a imensa dívida histórica que nosso país possui com a população negra e perceber os diversos desafios que persistem no caminho em direção à igualdade plena.”
O vereador Guto Malta/PT exaltou a resistência dos negros, exemplificando com os 70 anos do Centro Umbandista Caboclo da Mata Virgem, mantido no bairro Pacheco pela carismática Mãe Fizica. “Não podemos tolerar que o racismo ainda seja uma prática em nosso cotidiano, no qual o povo preto é a principal vítima da violência “, disse ele, cobrando avanços no ensino da história para as nossas crianças e inquirindo: “O nosso município tem, de fato, promovido iniciativas de conscientização, gerado oportunidades, buscado incluir a população negra?”
Por sua vez, enfatizou texto da Prefeitura pontenovense: “Este dia [20/11] não apenas nos proporciona a oportunidade de honrar a memória de Zumbi dos Palmares e reconhecer as valiosas contribuições da comunidade negra, mas também nos convoca a agir. Devemos perseverar na construção de uma sociedade que repudia o racismo em todas as suas formas, promovendo inclusão e igualdade.”