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InícioREGIÃOGramenses homenageiam o padre Antônio Ribeiro Pinto

Gramenses homenageiam o padre Antônio Ribeiro Pinto









Às vésperas de se completarem cinquenta anos do falecimento do saudoso padre Antônio Ribeiro Pinto, a comunidade de Santo Antônio do Grama se reuniu festivamente em 21/7 para homenagear o seu antigo pároco.

As homenagens se iniciaram às 10h, com missa campal a cargo do pároco gramense, monsenhor Caetano Cenaque Piovezani, que em sua homilia destacou o espírito de fé de padre Antônio e alguns de seus trabalhos realizados no período em que foi vigário paroquial no Grama.

Após a celebração litúrgica, o historiador e pesquisador gramense José Henrique Domingues apresentou breve biografia de padre Antônio, relatando fatos históricos e destacando as suas realizações na cidade. Na sequência, estudantes gramenses apresentaram pequena peça teatral em homenagem ao virtuoso padre.

Já a prefeita Alcione Ferreira de Albuquerque Lima/PSDB inaugurou escultura do padre Antônio, erguida sobre pedestal em frente à Igreja Matriz, templo que foi construído por esse padre entre os anos de 1926 e 1940, na praça que hoje leva o seu nome. O monumento foi colocado no local onde já havia um busto do saudoso padre, erguido em 22/7/1989 e danificado há cerca de 2 anos por ato de vandalismo. A escultura mede 2 metros de altura e foi construída em pedra-sabão pelo escultor Marcos Antônio Sales, de Cachoeira do Campo/Ouro Preto.

Logo após a inauguração, apresentações da Corporação Musical Nelson Borges/Grama e do Congado Nossa Senhora do Rosário/Abre Campo. Compareceu o urucaniense Bernardino Mayrink (Didino), enfermeiro do padre Antônio e um dos maiores divulgadores de seus prodígios. Estiveram ainda presentes, entre outras autoridades: Frederico Brum de Carvalho/PRB e Luzia da Luz Ferreira Silva/PR, respectivamente prefeito e vice de Urucânia; prefeitos Márcio Moreira Víctor/Abre Campo-PT; e José Mário Russo Maroca/Rio Casca-DEM.

Biografia do padre

Nascido em 2/4/1879, em Rio Piracicaba/MG, padre Antônio Ribeiro Pinto tomou posse na freguesia de Santo Antônio do Grama como seu 9o vigário, em 1o/5/1921. Já em fev/1922, presidiu a comissão que organizou a primeira banda de música local. Transferido para o Curato São Sebastião do Grota, em 1925, retornou a Santo Antônio do Grama no ano seguinte, por ordem do arcebispo de Mariana, dom Helvécio Gomes de Oliveira. Nesse mesmo ano, iniciou a construção da nova igreja matriz, concluída em 1940. Acabada a nova matriz, imediatamente reconstruiu a capela na colina de Santa Efigênia, que havia sido danificada por um raio.

Nesse mesmo período, como administrador do Curato São Sebastião do Grota, construiu nessa localidade a Matriz São Sebastião e criou o Jubileu do Senhor Bom Jesus. Dinâmico e com espírito de luta, vontade criadora, padre Antônio participou ativamente da vida social de Santo Antônio do Grama. Desportista, fundou um time de futebol. Organizou a Cantoria de Igreja e a Banda de Música Padre Cândido e apoiou, em 1926, a fundação do Congado.

Foi representante da Junta do Serviço Militar e inspetor escolar do distrito, nomeado pela Secretaria de Educação em 12/5/1934, instalando em Santo Antônio do Grama o 4o ano primário já em 1935. Colaborou também para a manutenção do Asilo São Vicente de Paulo. Lecionava catecismo para as crianças e promovia animadas festividades religiosas, além de fortalecer todas as irmandades religiosas da paróquia.

De caráter firme, vontade decidida e olhar penetrante, padre Antônio não escondia suas opiniões nem contornava situações. Era um homem do povo graças à sua origem humilde, amava os maltrapilhos e tinha paixão por fazer caridade. Mesmo dominado pelo alcoolismo (um dos trunfos de seus opositores, o que o escravizou durante longos e tormentosos anos), nunca se descuidou do seu ofício religioso.

Devoto de Nossa Senhora das Graças, padre Antônio propagou a fé e a devoção à Virgem da Medalha Milagrosa. Em meados da década de 1940, quando passou a conceder a “Bênção Ritual” aos enfermos, aos quais distribuía a “Medalha Milagrosa”, padre Antônio já recebia em Santo Antônio do Grama numerosas romarias dos que, junto a ele, vinham implorar graças espirituais, favores e curas a Nossa Senhora das Graças.

Em 2/2/1947 padre Antônio renunciou repentinamente à Paróquia de Santo Antônio do Grama, num episódio que até hoje não foi completamente esclarecido. A partir daí fixou residência em Urucânia, onde cresceu sua fama de “milagreiro” e passou a receber grandes multidões, vindas de todas as partes do país e do exterior para receber a sua bênção, ouvir conselhos e até mesmo confessar-se.

Padre Antônio morreu aos 84 anos, em 22/7/1963, no Hospital Nossa Senhora das Dores, em Ponte Nova, depois de longa e dolorosa enfermidade, mas nunca foi esquecido pelo povo de Santo Antônio do Grama, onde suas benfeitorias se perpetuam e onde sempre será lembrado por seu caráter e sua vida ilibada.

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